Tecnologias e cuidado em saúde: a Estratégia Saúde da Família(ESF) e o caso do imigrante boliviano e coreano no bairro do Bom Retiro - SP

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Aguiar, Marcia Ernani de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5137/tde-03102013-103833/
Resumo: O Programa Saúde da Família, proposto em 1994 pelo Ministério da Saúde, definiu-se como uma estratégia de reorganização da Atenção Primária à Saúde no Brasil. Gradualmente, ele foi sendo implantado também em grandes centros urbanos, até que, em 2001, ocorreu a municipalização da saúde na cidade de São Paulo, com a implantação desse modelo no bairro do Bom Retiro, região central da capital paulista. Esse bairro constitui uma paisagem única, marcado, desde sua origem, no final do século XIX, pela presença de diversas etnias, constituindo um microcosmo social, tendo recebido, ao longo de sua história, grandes contingentes de imigrantes com características culturais bastante particulares. Atualmente, entre a população que o frequenta e habita, os coreanos e os bolivianos passaram a constituir os dois grupos de imigrantes com presença marcante no bairro, ambos inseridos na base material da indústria de confecção, uma vez que a produção têxtil é um dos eixos econômicos estruturantes do Bom Retiro. A inserção de uma Unidade de Saúde da Família nesse bairro provocou a reflexão sobre as potencialidades e as dificuldades do Programa Saúde da Família em grandes centros urbanos; trouxe para discussão questões relativas à presença desses imigrantes; e exigiu análises diversas, em torno da interação entre profissionais dos serviços de saúde e seus usuários. Assim, o objetivo deste trabalho é analisar a interação entre o Programa Saúde da Família e os imigrantes coreanos e bolivianos localizados no bairro do Bom Retiro na cidade de São Paulo, redundando em uma experiência particular. Trata-se de uma pesquisa de referencial qualitativo, que utilizou a técnica de entrevistas semiestruturadas com três coreanos, três bolivianos e seis trabalhadores da saúde da Unidade de Saúde da Família do Bom Retiro. Para a análise das entrevistas, utilizou-se a técnica de análise temática de conteúdo, considerando as conjunturas, as razões e as lógicas, bem como as ações e as inter-relações estabelecidas com o coletivo e as instituições. Os resultados exibem as particularidades da inserção desses dois grupos de imigrantes no bairro do Bom Retiro e flagram, particularmente, dimensões do mundo do trabalho e de moradia e grande mobilidade espacial imigratória, exigindo a flexibilização da lógica cartográfica do Programa Saúde da Família, com a ampliação do conceito de família, e as diversas estratégias comunicativas de que a equipe de Saúde da Família lançou mão para implementar a comunicação com os imigrantes coreanos e bolivianos