População negra e escolarização na cidade de São Paulo nas décadas de 1920 e 1930

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Machado, Carlos Eduardo Dias
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8138/tde-03022010-174218/
Resumo: O trabalho tem como propósito refletir sobre a escolarização dos afro-brasileiros nas décadas de 1920 e 1930 na cidade de São Paulo. Parte do princípio de que o regime republicano brasileiro e o estado de São Paulo não criaram políticas focalizadas para a população negra, reproduzindo defasagens históricas. Buscamos compreender as lógicas por de trás da educação pública, investigando, em especial, o preconceito e a persistência de estigmas e estereótipos raciais no discurso sustentado pelo pensamento imperial e republicano. Para tornar viáveis essas articulações, a dissertação busca subsídios teórico-metodológicos na historiografia do período pós-abolição. Os jornais O Clarim d´Alvorada, Progresso e A Voz da Raça, todos da imprensa negra das décadas de 1920 e 1930, compõem o corpus central de análise da dissertação. Assim, visamos compreender as contraposições entre os discursos e ações sustentados pela instrução pública do estado de São Paulo na capital paulista e os apresentados pelas organizações anti-racistas como Centro Cívico Palmares e Frente Negra Brasileira no município de São Paulo. A título de fontes complementares consultamos documentos como as Constituições brasileiras de 1824 a 1937, coleção de leis do Império, os censos nacionais de 1872 a 1920, o Diário Oficial do Estado de São Paulo e os relatos de cronistas. Desse lugar de fala, a dissertação vem colocar em cena que as políticas promovidas pelas instituições estatais na primeira e segunda república, não foram neutras e equitativas. As políticas educacionais universalistas no Brasil hospedavam, por identidade de propósitos, consanguinidade com o mito da democracia racial. Os princípios liberais de democracia e igualdade da Constituição de 1891 conservaram os processos de assimetria racial e social e postergaram igualmente o enfrentamento das desigualdades que conformavam o círculo vicioso do racismo, em particular no âmbito da educação.