O turista e a medicina de viagem: as ocorrências médicas com turistas brasileiros em viagem ao exterior

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Butuhy, Júlio César
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/99/99131/tde-18122018-170420/
Resumo: Inserida na Medicina Tropical, existe a especialidade denominada de medicina de viagem, que tem o intuito de diminuir os riscos de ocorrências médicas e mortalidade durante e após as viagens, desenvolvendo no turista a consciência para uso de medidas preventivas. Este estudo inicia por sintetizar o atual conceito da medicina de viagem e os órgãos de fomento ao desenvolvimento do turismo com segurança no Brasil. Continua por realizar um levantamento exploratório e uma compilação dos dados relativos à quantidade de viagens realizadas por brasileiros ao exterior e como são transmitidas informações sobre os riscos à saúde do turista nestas viagens, através de dados fornecidos por fontes oficiais públicas, além de publicações e sites do mercado turístico e da vigilância sanitária. Finaliza por realizar uma pesquisa de campo com professores que trabalham em instituições de ensino superior na cidade de São Paulo, com a intenção de conhecer e especificar as ocorrências médicas que aconteceram durante a sua viagem ao exterior. Resultados: tem-se que as ocorrências médicas durante a viagem afetaram 45% dos entrevistados, principalmente por problemas gastrointestinais/digestivos, circulatórios e cefaleia e destes, apenas 50% procurou assistência médica. Ao comparar com pesquisa nacional realizada em 2013, enquanto neste estudo 56,43% dos entrevistados possuíam doenças pré-existentes conhecidas, na pesquisa de 2013, o percentual era de 34,15%. Outro ponto importante de comparação foi que este estudo apresentou como principal ocorrência médica a gastrointestinal com 41%, enquanto em 2013, a maior quantidade de ocorrências foram as de ordem respiratória, com 13,6%. A proporção deste estudo foi semelhante aos resultados da maioria dos estudos internacionais. A realizar o cruzamento de dados deste estudo, os mesmos demonstram que os entrevistados que viajaram sozinhos tiveram 71% a mais de chance de terem alguma ocorrência médica do que quem viajou acompanhado e que, se este mesmo turista viajou para participar de um evento acadêmico, a chance de ocorrer alguma anormalidade foi de quase 1,4 vezes superior, em relação a quem viajou lazer, por exemplo. Igualmente, entrevistados com doenças pré-existentes apresentaram quase 2 vezes mais chances de terem alguma ocorrência médica, do que o turista sem histórico de doenças pré-existentes. Conclusão: é sugerido que se faça uma consulta por parte do viajante, à clinicas especializadas em saúde do viajante, principalmente para turistas com histórico de doenças pré-existentes que podem desenvolver outras morbidades durante a viagem. Já os problemas digestivos, por serem a maior quantidade absoluta e percentual de ocorrências médicas nesta e nas demais pesquisas internacionais, demonstra haver a necessidade de o turista ser mais seletivo na escolha dos locais e dos alimentos que serão consumidos em suas viagens ao exterior. Igualmente, sugere-se que agências e operadoras de viagens, empresas que enviam seus colaboradores para viagens ao exterior e a ANVISA, sejam mais proativas e orientem os futuros turistas, sobre os possíveis riscos deste deslocamento e o que esperar do local para onde se está viajando.