Avaliação da estrutura e do potencial genético de uma população de algodoeiro (G. hirsutum L.) parcialmente autogama

• Ano de defesa: 1990
• Autor(a) principal: Crisóstomo, João Ribeiro
• Tipo de documento: Tese
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
• Palavras-chave em Português: ALGODÃO; AUTOGAMIA; GENÉTICA DE POPULAÇÕES VEGETAIS
• Link de acesso: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11137/tde-20231122-093553/

Os princípios básicos do melhoramento de plantas têm sido desenvolvidos principalmente para as espécies autógamas e alógamas, sendo escassa a base teórica para o melhoramento das espécies parcialmente autógamas. Neste trabalho investigaram-se a estrutura genética e critérios de seleção no cultivar de algodoeiro CNPA 3H, considerando a sua autogamia parcial. Para isso avaliaram-se, em Campinas-SP, em 1986/87, 75 progênies autofecundadas (AF) e 75 de polinização livre (PL) obtidas aos pares de 75 matrizes. Em 1987/88 repetiu-se o processo avaliando-se 54 AF e 54 PL. Foram estimados os componentes da variância genotípica (descrito tese) e o progresso genético através das seguintes covariâncias entre parentes: mãe e filhasAF; mãe-filhasPL; irmãsAF; irmãsPL e irmãsAF,PL. Estudaram-se o rendimento de algodão em caroço, os componentes da produção e caracteres tecnológicas da fibra. Os principais resultados e conclusões mostraram que, o cruzamento natural encontrado (28,6%), dificulta a obtenção e manutenção de um cultivar de algodoeiro agronomicamente superior, homozigótico e estável. O coeficiente médio de endogamia (0,56) demonstrou a condição parcialmente endogâmica do CNPA 3H. Apesar dessa estrutura genética intermediária em relação às alógamas e às autógamas, a avaliação de vários parâmetros demonstrou que no melhoramento o algodoeiro deve ser tratado mais como as espécies alógamas, pelo menos no início dos programas. A depressão endogâmica verificada no rendimento (11,2%), no peso do capulho (12,5%), no peso de cem sementes (7,1%) e no comprimento da fibra (3,2%), indicou que a dominância gênica associada à heterozigose é um fator de dificuldade na seleção. A maior variância (descrito tese) entre progênies AF indicou que a seleção entre estas é superior à seleção em PL. Entretanto, a maior variância dentro (descrito tese) de progênies PL mostrou a superioridade destas para a seleção individual. As covariâncias usadas permitiram a estimação das componentes de (descrito tese). Na maioria dos caracteres detectou-se variância genética aditiva (descrito tese). A componente (descrito tese), apresentou-se com a maioria dos valores negativos e de magnitudes superiores aos de (descrito tese) em valores absolutos, o que não é esperado. Por essa razão, as estimativas do progresso imediato e a longo prazo foram negativas ou negligíveis. A expectativa de ganho genético elevado, baseando-se apenas nos valores de (descrito tese), mostrou ser um processo enganoso nas espécies parcialmente autógamas, uma vez que nestas o progresso depende das demais componentes da variância genotípica. A esse respeito a componente (descrito tese) requer atenção especial, pois mesmo numa população com (descrito tese) significativo, a estimativa de D1 poderá ser negativa. Isso ocorrerá nas frequências gênicas (p) abaixo de 0,5 (na presença de dominância positiva) ou com p > 0,5 (com dominância negativa). Nessas condições o progresso genético poderá ser negligível, dependendo da magnitude de (descrito tese). Devido a essas propriedades e visando aumentar a eficiência do melhoramento, deve-se evitar os possíveis efeitos negativos de (descrito tese). Isso pode ser conseguido efetuando-se seleção recorrente no início do programa, antes da obtenção de genótipos superiores através dos processos que incrementam a endogamia, como se faz no algodoeiro. A seleção recorrente possibilitaria o aumento da frequência gênica da população, o que minimizará possíveis valores negativos de (descrito tese). O delineamento genético utilizado não foi eficiente, tendo acusado problemas de colinearidade na matriz do delineamento x, o que afetou as estimativas das componentes de (descrito tese), principalmente (descrito tese) e (descrito tese) e consequentemente o progresso genético. A avaliação da matriz de outros quatro delineamentos genéticos também acusou o mesmo problema, principalmente com taxas de autofecundação natural superiores a 50%. Esses resultados mostraram que mais investigações são necessárias visando aperfeiçoar a metodologia de obtenção das estimativas das componentes de (descrito tese) no algodoeiro, com autogamia parcial.