Escalas no Guarani Paraguaio: uma análise do modificador de grau -pa

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Frutos, Lara
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8139/tde-29062015-133628/
Resumo: Este trabalho apresenta uma análise semântica dos verbos e adjetivos do Guarani Paraguaio baseada nos pressupostos da Semântica Formal. Mais especificamente, este trabalho se propõe a analisar a interação de verbos e adjetivos com um morfema de grau da língua, a partícula . São analisados neste trabalho adjetivos, verbos e construções causativas com verbos deadjetivais a partir de suas possíveis leituras com o morfema . Demonstra-se aqui que o morfema funciona como um modificador da relação de predicação entre o adjetivo ou o evento e um argumento nominal. Essa relação está dada em termos de uma estrutura de graus, de acordo com a semântica escalar proposta por Kennedy (1999b) e Kennedy & McNally (2005). Essas teorias partem do pressuposto de que adjetivos mapeiam entidades em graus de estruturas abstratas de uma propriedade, as escalas, e por isso adjetivo contém uma variável de grau d em sua entrada lexical. Essa variável é quantificada através de um morfema de grau. Proponho aqui que além do modificador que satura a variável de grau dada no seu léxico, o adjetivo também pode receber um modificador de grau quando houver uma escala de quantidade, dada composicionalmente de acordo com o modelo de Bochnak (2010). Nesse sentido, não atuaria sobre a variável de grau dada pelo léxico do adjetivo, mas sobre uma escala de quantidade construída na sintaxe. Em relação a verbos, modificaria a relação de mapeamento do evento sobre entidades, medido por uma estrutura de graus. Uma das vantagens desta proposta é que isso permitiria que adjetivos fossem modificados simultaneamente por e outros modificadores de grau que atuam sobre a escala de intensidade de adjetivos, o que de fato ocorre na língua. Para sustentar minha hipótese de análise, apresento alguns dados do Guarani Paraguaio em que o morfema co-ocorre com outros intensificadores de grau. Em relação aos verbos deadjetivais, mostrarei que estes não possuem uma leitura atélica como os verbos deadjetivais do Inglês e do Português Brasileiro. Isso serve de evidência para concluir que não modifica a escala de propriedade dada pelo adjetivo formador do verbo, mas que atua no mapeamento do evento na estrutura de graus dada por seu argumento nominal. Em suma, este trabalho mostra que opera sempre sobre escalas de quantidade e nunca sobre a variável de grau do léxico de verbos e adjetivos.