Maternidade de mulheres vivendo com HIV e sua relação com o tratamento antirretroviral: estudo de revisão sistemática

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Batitucci, Carolina Pimentel
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
HIV
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5137/tde-03052023-155100/
Resumo: Introdução: O HIV é o vírus causador da aids, Síndrome da Imunodeficiência Adquirida, doença identificada na década de 1980. Os inúmeros avanços técnicos e científicos na área da saúde permitiram que o prognóstico de infectados pelo vírus se transformasse, do adoecimento rápido e inevitável para a expectativa de vida semelhante à de pessoas que vivem sem o vírus. Parte desses progressos são resultado do surgimento e aprimoramento da Terapia Antirretroviral (TARV), tecnologia medicamentosa que pode agir individualmente (monoterapia) ou em combinação de fármacos (terapia dupla, tripla, entre outras) e que permitiu reduções nas taxas de carga viral em pessoas vivendo com HIV a níveis indetectáveis, quebrando cadeias de transmissão. Atualmente, embora a proporção estimada de mulheres vivendo com HIV/aids ainda seja menor que a de homens, elas apresentam menores percentuais de diagnóstico, vinculação e retenção aos serviços, adesão à TARV e supressão da carga viral. Nesse sentido, torna-se imprescindível a maior investigação de demandas relacionadas a essa população e, entre elas, a questão da maternidade. Objetivos: Investigar a maternidade de mulheres vivendo com HIV em uso de terapia antirretroviral (TARV), e como objetivos específicos: 1. Explorar aspectos da prevenção à Transmissão Vertical durante período gestacional, parto e pós-parto pela perspectiva das mulheres que vivem com HIV, 2. Investigar aceitabilidade, adesão, retenção e decisões relacionadas à TARV entre mulheres gestantes e puérperas que vivem com HIV, comparando estratégias usadas por essas mulheres e por profissionais de saúde que prestem assistência à elas, e 3. Identificar barreiras e facilitadores no cuidado à saúde de casais e/ou mulheres que vivem com HIV e que decidam ter filhos biológicos. Metodologia: Investigar a literatura, sistematizar o conhecimento e produzir novas interpretações sobre o fenômeno, a partir de uma Revisão Sistemática Mista. A busca por descritores nas bases de dados Pubmed, Embase, Lilacs, CINAHL, Web of Science e Scopus identificou 1429 artigos, que após seleção minuciosa gerou 14 artigos incluídos para análise. Foram critérios de elegibilidade: 1. Possuir recorte populacional de mulheres vivendo com HIV em TARV e/ou profissionais da rede de assistência à saúde dessas mulheres 2. Ter como fenômeno de interesse a investigação e/ou intervenção sobre relações existentes entre maternidade e uso de TARV, a partir de metodologias qualitativas ou mistas. Resultados: As principais metodologias utilizadas para coleta de dados foram entrevistas em profundidade e discussões em grupos focais. Foram evidentes aspectos geográficos, tanto relacionados ao território onde estavam situados os participantes quanto os pesquisadores e instituições apoiadoras das pesquisas. A maioria dos artigos investigaram regiões do continente africano, que apresentavam escassez de recursos na saúde e altas taxas de prevalência para HIV na população geral, entre gestantes e entre crianças. As participantes, em sua maioria, apresentavam dificuldade de adesão à TARV e estavam em período pós-parto quando na vigência do estudo. Considerações finais: As temáticas centrais de investigação dos estudos foram: Relação com o tratamento; Decisão de engravidar; Práticas em serviços de saúde e Relação com o filho. Entre fatores individuais, sociais e assistenciais levantados para adesão chama atenção os relatos sobre efeitos colaterais adversos, as percepções sobre benefícios do medicamento para saúde, amamentação, jejum e insegurança alimentar, estigma, apoio familiar e de parceiros, e realização de aconselhamento específico sobre adesão aos antirretrovirais