Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Fazio, Denizart Busto de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-14052019-114621/
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Resumo: |
Em meio a violentos conflitos agrários, à baixa expectativa de vida, à seca e à fome, à falta de oferta educacional consistente e à expressiva migração de jovens, em 13 de março de 1998, agricultores da região de Monte Santo (BA) fundam, no meio da caatinga, a Escola Família Agrícola do Sertão (Efase). Propomos um percurso pela história deste acontecimento, evidenciando seu caráter de ruptura em relação a um fluxo esperado de continuidade e reprodução das condições sociais, fiando-se nas narrativas recolhidas dos seus fundadores e depreendendo delas gestos que concernem à reflexão filosófica em educação. A opção pela análise das narrativas deve-se à relação consubstancial que acreditamos existir entre essas atividades básicas que marcam a convivência intergeracional: narrar e educar. É por meio delas que propomos determinada compreensão acerca da fundação desta escola que a retrate como uma resposta significativa, singular e contextualizada a uma questão geral de grande relevância pública e política: a experiência escolar ainda pode guardar um significado político e existencial numa sociedade crescentemente burocratizada e submetida a imperativos econômicos globais? Percorremos o marco de mobilização, e referência simbólica, para aqueles sertanejos, Canudos, e a crescente mobilização em resposta à precariedade daquela vida por meio da ação de homens e mulheres, entendendo a fundação, a partir de Hannah Arendt, como um milagre humano, o aparecimento do novo. As narrações encontram seu lugar como memória da ação, forma de compreensão de um mundo que nos antecede. Em busca de respostas à questão de como poderiam permanecer juntos em um mundo que parecia se esfacelar, aqueles agricultores agiram na tentativa de que pudessem não apenas encontrar um espaço de comunhão, mas que pudessem também instituir um novo comum, a fim de partilhá-lo no tempo com os novos. |