Crise do capital e reordenamento político-econômico: o fim de Bretton Woods e o esgotamento do "milagre" brasileiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Batista, Francieli Martins [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/157191
Resumo: O objetivo deste trabalho é analisar a crise do “milagre” no Brasil e a relação estabelecida no contexto internacional marcada pela crise de Bretton Woods. O período discutido diz respeito à trajetória da ditadura militar brasileira, entre os anos 1964 e meados da década de 1980. Observamos que as transformações ocorridas a partir da ascensão dos militares ao poder representaram um ponto de inflexão na organização política e econômica do país. As relações entre Estado e sociedade se redefiniram e foram marcadas pelo aprofundamento da autocracia burguesa dado, a destituição da institucionalidade liberal-democrática. Nesse bojo, o projeto de desenvolvimento encetado neste momento esteve amparado sob uma significativa reestruturação do sistema financeiro do país voltada para a entrada de capitais externos e, sobretudo, por medidas que ensejavam facilitar a tomada de empréstimos no mercado internacional, evidenciando novas facetas do padrão de financiamento do Brasil. O arranjo econômico encetado, acomodava-se às vicissitudes da economia internacional uma vez que, a reprodução ampliada do capital deslocava-se, cada vez mais, para a esfera financeira. Esse processo resultou em um crescimento extraordinário do país alcançado no limiar dos anos de 1960, o chamado “milagre” econômico. Entendemos, deste modo, que o bloco histórico capitaneado pelo regime militar se deu em razão do capital monopolista, cuja a fração financeira assumiu a preponderância na reprodução capitalista no Brasil. O fenômeno delineado nos permite alcançar as razões que levaram à crise do “milagre” e o intrínseco vínculo com as transformações postas à nível internacional, sucedidas pela crise de Bretton Woods e o avanço da dominação do capital financeiro. Do mesmo modo, é possível observar a notável agudização da dependência do país, subordinado à lógica de acumulação financeira.