Técnica de ressíntese: descrição da técnica para identificação de bloqueios de condução e aplicações clínicas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Pontes, Roberto Waldesmand Farias
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17160/tde-07022022-171757/
Resumo: INTRODUÇÃO: Bloqueio de condução (BC) é definido como a interrupção da propagação do potencial de ação neural em um axônio íntegro. Quando localizado em segmentos proximais, os estudos de condução motora habituais podem não o identificar. O BC é frequente em neuropatias inflamatórias, e sua identificação pode influenciar diretamente no manejo terapêutico dos pacientes. OBJETIVOS: Em pacientes com BC definido, comparar os parâmetros da condução de rotina com os parâmetros da ressíntese. Descrever a aplicabilidade da ressíntese em séries de casos de diferentes neuropatias. Em paciente com neuropatia motora multifocal com BC apenas pela ressíntese, descrever a resposta a terapêutica. MÉTODOS: Estudo observacional descritivo a partir da análise da eletroneuromiografia e do prontuário de pacientes atendidos no Hospital das clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (HCFMRP-USP) nos quais a técnica de ressíntese foi realizada e auxiliou no diagnóstico final. A casuística foi obtida a partir de pesquisa pacientes foi feita pela pesquisa dos termos \"ressíntese\", \"volitiva\" e \"evocação voluntária\" no banco eletrônico de laudos de exames do setor de Eletroneuromiografia. RESULTADOS: Foram incluídos na pesquisa 40 pacientes atendidos no HCFMRP-USP no período de agosto de 2002 a janeiro de 2020. No grupo com BC definido pela condução de rotina, não houve diferença entre a percentagem da queda de amplitude no segmento do bloqueio com a percentagem obtida pela ressíntese com eletrodo de superfície (p=0,108), e não houve correlação com a percentagem obtida pela ressíntese com eletrodo de agulha (r=-0,129 p=0,761). Foram descritos os achados da ressíntese em 34 pacientes com diagnósticos finais de neuropraxia traumática (NT), síndrome de Guillain-Barré (SGB), polineuropatia inflamatória desmielinizante crônica (PIDC), neuropatia sensitivo-motora desmielinizante adquirida multifocal (MADSAM), doença do neurônio motor (DNM), neuropatia motora multifocal (NMM), hanseníase e síndrome de POEMS. Nos pacientes com NMM e BC apenas pela ressíntese, foi observada melhora do grau de fraqueza pós tratamento, aferida pela somatória do MRC.CONCLUSÕES: A ressíntese pode ser aplicada sempre que há a dúvida quanto a existência de um BC motor. A porcentagem de queda da amplitude obtida pela ressíntese com eletrodos de superfície pode estimar a porcentagem de queda da amplitude no sítio do bloqueio quando essa é observada na condução de rotina. A porcentagem de queda da amplitude obtida pela ressíntese com agulha não apresenta correlação com a porcentagem de queda da amplitude no sítio de bloqueio, e é capaz de identificar sítios com e sem BC no caso de um BC parcial. Nos casos com BC observados apenas pela ressíntese, sua existência foi confirmada pela melhora clínica e neurofisiológica em pacientes com NT, SGB com BC reversível, PIDC, MADSAM e NMM. Em alguns pacientes com SGB, os BC identificados apenas pela ressíntese evoluíram com degeneração axonal. Nos pacientes com diagnóstico inicial de NMM e final de DNM, a existência do BC não foi confirmada pela ausência de melhora com o tratamento. Os pacientes com diagnóstico final de NMM com BC identificados apenas pela ressíntese apresentaram melhora clínica aferida após o tratamento.