Impactos bioculturais da restrição espacial e de acesso a recursos naturais sobre uma comunidade indí­gena norteamazônica em paisagem de savana

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Tarragó, Eduardo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/41/41134/tde-13122018-143904/
Resumo: Esta pesquisa tem como tema as relações entre a restrição espacial e de acesso a recursos naturais historicamente vivenciadas pelos moradores de uma Comunidade composta por índios Macuxi e Wapichana, localizada em paisagem de savana em Roraima, suas estratégias de subsistência e seu perfil antropométrico. Consistiu de um estudo de caso em Ecologia Humana sobre o tema da adaptabilidade humana, desenvolvido a partir de pesquisa documental e de campo. A pesquisa está teoricamente fundamentada em diferentes contribuições que tratam dos estudos sobre interações humano-ambiente, além daquelas destinadas a discutir adaptabilidade humana no contexto amazônico. Como resultados, identificou-se que a população pesquisada desenvolveu estratégias de adaptabilidade necessárias à sobrevivência em condições socioambientais hostis, marcadas por fatores limitantes que operam em escalas micro e macroestruturantes. O impacto biocultural destas restrições desencadeou respostas adaptativas nesta Comunidade, em dimensão coletiva, doméstica e individual. Na dimensão coletiva, a maior parte das respostas adaptativas decorreu da incorporação de indivíduo externo ao grupo por meio de união conjugal com mulher do Anzol, o que trouxe diversas melhorias para todos e reverteu o processo de restrição espacial progressiva. Na dimensão doméstica, ocorreu o aumento do ingresso de recursos monetários oriundos de programas sociais e, consequentemente, o maior consumo de ailmentos industrializados, o que caracteriza um dos aspectos da transição nutricional. Na dimensão individual, contam o aumento do consumo de alimentos cultivados localmente e a pressão sobre instituições de direitos coletivos e defesa de direitos indígenas para a obtenção de melhores condições de saúde e para a demarcação de maiores extensões de terras, para que haja melhores condições nutricionais para cada um dos atuai e futuros moradores do Anzol. A despeito das estratégias de adaptabilidade desenvolvidas para fazer frente às restrições socioambientais macro e microestruturantes, foram identificados riscos para o desenvolvimento e a saúde destes índios