Espaços de resistência: a prática sócioespacial do Axé Ilê Obá e sua luta pela permanência na metrópole de São Paulo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Rodrigues, Rafael da Costa
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8136/tde-22022021-170453/
Resumo: Essa dissertação tem como objetivo refletir como a resistência pela permanência do espaço do Axé Ilê Obá revela a produção do espaço urbano como contradição fundamental entre a propriedade privada da terra e sua apropriação a partir dos anseios da comunidade na metrópole de São Paulo. No primeiro capítulo foram apresentadas as práticas sócioespaciais da comunidade do Axé Ilê e os elementos que dão sentido à vida cotidiana dos seus participantes. Tais práticas são embasadas na apropriação do tempo e do espaço de forma coletiva, constituindo, a partir da religiosidade, experiências coletivas que apontam em direção oposta à sociabilidade determinada pelo consumo e pelas formas de apropriação privada regidas pelo modo de produção capitalista. No segundo capítulo, foi analisado o processo de expansão da propriedade privada no bairro do Jabaquara, da consolidação do mercado imobiliário e como o poder público se articulou junto aos agentes do capital para levar a cabo uma série de transformações espaciais no bairro. Tais transformações foram fundamentais para o desenvolvimento do mercado imobiliário no Jabaquara. Por fim, no terceiro capítulo, foi analisada como a expansão da propriedade privada da terra chegou nos limites do Terreiro e ameaçou a permanência desta comunidade no local. Esse conflito explicitou a contradição entre o valor de uso e o valor de troca do espaço tido como mercadoria no modo de produção capitalista, gerando uma luta pela continuidade do Terreiro e explicitando outros modos de resistência que surgem a partir da produção do espaço urbano determinado pelo modo de produção capitalista. A comunidade obteve vitória quando conseguiu ratificar seu tombamento pelo CONDEPHAAT, o que imobilizou o conjunto edificado do Terreiro, sendo reconhecido como um espaço de representação do negro em São Paulo. Para além da permanência, o processo de luta resultou em outras conquistas sociais que demonstra a possibilidade de compreendermos o atual processo de reprodução do espaço urbano na metrópole de São Paulo, suas contradições e os movimentos de resistência a propriedade privada da terra.