Avaliação de populações de milho para a resistência à lagarta do cartucho (Spodoptera frugiperda J.E.Smith, 1797)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2004
Autor(a) principal: Reis, Américo José dos Santos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11137/tde-20230818-145451/
Resumo: A lagarta do cartucho (Spodoptera frugiperda) constitui-se na principal praga da cultura do milho no Brasil, podendo ocasionar danos elevados na produção de grãos, quando as condições ambientais são favoráveis, principalmente em plantios de safrinha. Considerando o vasto germoplasma de milho existente no mundo, principalmente na América Latina, o estudo de materiais exóticos pode ser uma alternativa para a busca de novas fontes de resistência. Nesse trabalho foram avaliadas 42 populações exóticas e semi-exóticas de milho, para resistência à lagarta do cartucho e outras características agronômicas. Para isso foram gerados três compostos (CRL-01, CRL-02 e CRL-03), a partir do cruzamento de populações exóticas e semi-exóticas com materiais adaptados (ITU, ESALQ PB1 E). De cada composto foram amostrado progênies de irmãos germanos, (180, 150 e 200 do CRL-01, CRL-02 e CRL-03, respectivamente). Além disso, as populações exóticas e semi-exóticas foram cruzadas com outras quatro populações adaptadas (G3, G4, GOFLINT e GODENT), em um esquema de cruzamentos dialélicos parciais, visando o estudo de componentes de heterose. Os danos causados pela lagarta do cartucho foram avaliados 45 dias após o plantio, sob infestação natural da praga. Detectou-se para a variável resistência a lagarta do cartucho (RL), uma dependência espacial entre parcelas experimentais próximas, resultando que os resíduos foram espacialmente correlacionados. Visando melhorar as estimativas dos parâmetros genéticos (avaliando as consequências da suposição dos efeitos dos tratamentos serem fixos ou aleatórios, no resultado final da seleção) e de corrigir os efeitos da autocorrelação espacial para a variável RL, os dados experimentais foram submetidos a dois modelos de análises estatística. Um modelo fixo, assumindo que os resíduos são independentes (análise clássica), via Quadrados Mínimos Ordinários (QMO). E um modelo misto, que para a variável RL, a matriz dos resíduos foi modelada conforme a estruturação da dependência espacial observada entre as parcelas experimentais (modelo misto espacial). Sendo que para as demais variáveis (peso de espigas em t/ha, altura de plantas e da inserção da espiga em cm e posição relativa da espiga), os resíduos foram modelados como independentes. A recuperação da informação intergenotípica, aliada com a correção para os efeitos de posição, para a variável RL, possibilitadas pela abordagem dos modelos mistos, resultou sobretudo na melhoria da precisão das estimativas dos efeitos genotípicos, sendo portanto, mais eficiente na discriminação dos tratamentos. As progênies selecionadas a partir dos dois modelos de análise estatística, diferiram entre si para as variáveis resistência a lagarta do cartucho (RL) e peso de espigas em t/ha (PE), enquanto para as variáveis AP, AE e PR, a suposição dos efeitos genotípicos serem fixos ou aleatórios, não alterou o resultado final da seleção. As variáveis RL e PE, mostraram-se não correlacionadas, indicando a presença da tolerância, como mecanismo de resistência. Quanto aos componentes de heterose, foi possível detectar a importância, tanto dos efeitos aditivos, quanto dos efeitos de dominância, para a expressão do caráter RL. Os compostos mais promissores, como populações-base, para futuros ciclos de seleção recorrente, visando resistência a lagarta do cartucho, foram o CRL-01 e o CRL-02.