Apoio Matricial e suas Influências nas Vivências de Trabalho em Saúde Mental: a Percepção dos Profissionais de CAPS

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Lima, Marlene Costa
Orientador(a): Gonçalves, Tonantzin Ribeiro
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Vale do Rio dos Sinos
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Psicologia
Departamento: Escola de Saúde
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://www.repositorio.jesuita.org.br/handle/UNISINOS/8910
Resumo: O apoio matricial (AM) em saúde mental se configura como uma metodologia de ordenamento do trabalho em equipe com profissionais e serviços de saúde diferenciados, visando dar suporte para a construção de redes de cuidado longitudinais e integrais. Diante disso, este estudo buscou compreender a percepção dos profissionais dos Centros de Atencão psicossocial –CAPS, acerca do apoio matricial e como este influenciava nas suas vivências de trabalho. Para isto foi realizado um estudo qualitativo e exploratório, de corte transversal. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas com 10 profissionais da área da saúde mental de nível superior, que trabalhavam nos CAPS da cidade de Imperatriz/MA há pelo menos dois anos. Os dados foram trabalhados a partir da análise de conteúdo. Com base nas questões de pesquisa e no roteiro das entrevistas foram construídas três categorias, intituladas: 1) Trajetórias e vivências dos trabalhadores de CAPS; 2) Perspectivas sobre o cuidado psicossocial em saúde mental; 3) AM como estratégia de ordenação do cuidado em saúde mental. Percebeu-se que a relação entre trajetória, vivência e conhecimento teórico da temática AM, por si não garante a efetivação dessa metodologia, bem como a ausência de práticas manicomiais, sinalizando, portanto, o papel fundamental de gestores da política no gerenciamento desse cuidado. A consolidação do paradigma psicossocial, isto é, a realização do cuidado centrado na pessoa e não na doença, revelou que há uma composição multiprofissional de pessoal, com um baixo grau de coordenação, alto nível de queixas, pouca integração entre as distintas especialidades e os demais serviços da rede. As dificuldades gerenciais aliadas à cultura de exclusão e asilamento herdado pelos trabalhadores de CAPS, dificultou a implantação de intervenções como o AM, transformando-o numa estratégia distante do cotidiano do seu trabalho. Desta forma este estudo aponta para uma necessidade constante em programa de formação permanente, que se baseie na reflexão crítica da vivência profissional como instrumento de aprendizagem, aliado ao fortalecimento de espaços coletivos, como reunião de equipe, assembleia de usuários, ações intersetoriais, como canal de ampliação da participação dos trabalhadores, no intuito de favorecer a cogestão das atividades e a construção de processos de trabalhos cooperativos que atenuem os obstáculos de consolidação do AM.