Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Kojima, Christiane Akemi [UNESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/243946
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Resumo: |
Introdução: No Brasil, a distribuição regional de médicos é desigual e há escassez de alguns especialistas. A nefrologia representa apenas 1,1% das especialidades médicas1 , e, além da escassez de especialistas, a patologia mais prevalente nos atendimentos nefrológicos, a doença renal crônica (DRC), tem tido um aumento crescente na taxa de incidência e prevalência. A importância do manejo adequado nos pacientes renais crônicos refletirá tanto no retardo da progressão da doença como na sobrevida dos pacientes nos estágios mais avançados. Neste cenário surge o apoio matricial pelo nefrologista aos médicos da atenção primária (AP) à saúde que consiste em novo modelo de produzir saúde, em um processo de construção compartilhada com proposta de intervenção pedagógico terapêutica, que aproxima médicos da AP ao especialista, através de encontros chamados Apoio matricial ou Matriciamento .Objetivo: Avaliar o impacto do apoio matricial em nefrologia quanto à adequação do encaminhamento para o especialista e no início urgente de terapia renal substitutiva nos pacientes incidentes dos hospitais de referência no município de Bauru. Objetivo secundário: avaliar o conhecimento em nefrologia dos médicos da AP antes e durante o matriciamento. Metodologia: Trata-se de um estudo de intervenção de séries temporais em relação à implantação do matriciamento em nefrologia, que foi realizado no ambulatório de especialidades médicas (AME), na cidade de Bauru, estado de São Paulo, com início em julho de 2019 a junho de 2020. Foram comparados a adequação dos encaminhamentos para a nefrologista no AME Bauru no período de um ano antes e após o matriciamento, considerados adequados aqueles que atendem os critérios baseados nos protocolos de encaminhamento ao nefrologista do Ministério da Saúde. Avaliados também as taxas e os dados sobre o perfil laboratorial e clínico de pacientes incidentes em terapia renal substitutiva (TRS) de início urgente nos centros de diálise dos hospitais de referência para pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), por meio de consulta em prontuários, pelo período de um ano antes e dois anos após o início do apoio matricial. O conhecimento 9 médico em nefrologia dos médicos da AP foi avaliado por meio de 15 questões sobre nefrologia aplicadas no primeiro e último encontro após o período de um ano. Resultados: Após a intervenção, o encaminhamento ao nefrologista de forma adequada se mostrou superior (51,56% vs 79,68%, p=0,002). Quanto às características dos pacientes encaminhados, observou-se perfil demográfico semelhante, sendo a alteração na função renal o principal motivo de encaminhamento ao nefrologista. Os grupos diferiram quanto ao diagnóstico inicial, sendo a DRC estágio III o principal no grupo de pacientes encaminhados anteriormente ao matriciamento e o estágio IV após o início do matriciamento. Após a intervenção, houve maior encaminhamento ao ambulatório de pré diálise (3,1% vs 17,2%, p=0,0019). Houve redução da prevalência dos pacientes que iniciaram TRS de início urgente no município de Bauru no período após a intervenção (86,42% vs 68,96%, p=<0,001). Não foram observadas diferenças significativas entre os pacientes que iniciaram a TRS quanto às características demográficas, clínicas ou laboratoriais. O conhecimento médico sobre temas em nefrologia diferiu entre os dois grupos de médicos avaliados no início e final do matriciamento. O grupo após o matriciamento teve maior número de erros de forma geral e nos temas DRC e hematúria, enquanto o grupo avaliado antes do matriciamento apresentou maior número de erros no tema litíase renal. Conclusão: Apesar da pandemia da COVID 19 ter prejudicado a realização do estudo, pode-se observar que o apoio matricial em nefrologia se mostrou eficaz quanto à melhora da adequação no encaminhamento ao nefrologista assim como impactou na redução da incidência de pacientes que iniciaram a diálise de modo urgente promovendo melhores condições de saúde com a assertividade dos encaminhamentos. Ademais, antes de iniciar um programa de matriciamento é importante conhecer as deficiências do grupo de médicos participantes, já que os grupos matriciados podem ser heterogêneos quanto ao conhecimento em nefrologia. |