Percursos e desafios do uso da transversalidade de raça/etnia nas práticas sociais da Organização Cáritas Brasileira

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Marques, Rosa Maria
Orientador(a): Castro, Carlos Alfredo Gadea
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Vale do Rio dos Sinos
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais
Departamento: Escola de Humanidades
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://www.repositorio.jesuita.org.br/handle/UNISINOS/3959
Resumo: Esta pesquisa analisa o discurso e a prática de organizações sociais a exemplo da Cáritas Brasileira no período de 2004-2007, no uso da transversalidade de raça/etnia. Parte do pressuposto de que o racismo ainda se encontra na sociedade de maneira perversa no cotidiano, por vezes escamoteado dentro de um discurso que se define como democrático. Nesta direção, fica notório que ter um programa curricular, um planejamento devidamente organizado, que efetive um discurso coerente, não é sinônimo de práticas pedagógicas excelentes para promover as mudanças sociais necessárias. Portanto, transversalizar a questão da raça/etnia nas atividades político-pedagógicas dessas organizações sociais, como obrigatoriedade ou modismo, não garante que ocorrerão mudanças satisfatórias. O foco teórico toma como referência conceitual autores que tratam do assunto em perspectiva na pesquisa. São eles: Carlos Moore, Ricardo Ferreira, Kabengele Munanga. A metodologia usada para análise dos dados coletados É aquela proposta por Fernando Lefévre, denominada Discurso do Sujeito Coletivo. A coleta dos dados deu-se em dois momentos que, embora distintos, complementam-se. Num primeiro momento, foi feito um levantamento bibliográfico das publicações existentes acerca do assunto em pauta. A pesquisa sobre gênero realizada pela Cáritas Brasileira - seus relatórios e avaliações não constituíram o material bibliográfico utilizado. Num segundo momento, trabalhou-se com a prática empírica da pesquisa. Para esse recorte, tomou-se uma amostra aleatória de dez pessoas, utilizando-se da técnica de entrevistas semiestruturadas, tendo como referência teórica de análise os autores Martin Bauer e George Gaskell. Esta pesquisa trabalha com a hipótese de que o uso da transversalidade de raça/etnia por modismo ou sem centralidade não possibilitara a sensibilização, a motivação das pessoas, nem tampouco apontar caminhos que levem a desestabilização do racismo e do mito da democracia; o uso da mesma como caminho metodológico poder ser mais uma estratégia na luta contra o racismo e o mito da democracia racial. Os resultados evidenciaram que há um discurso sobre o tema raça/etnia, mas não há ainda uma prática que efetive as ações político-pedagógicas da organização.