Spotify, software disforme: a secundarização da interface gráfica como maturidade do software na tecnocultura

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Viegas, Carlos Alessandro Alves
Orientador(a): Ladeira, João Damasceno Martins
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Vale do Rio dos Sinos
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciências da Comunicação
Departamento: Escola da Indústria Criativa
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://www.repositorio.jesuita.org.br/handle/UNISINOS/9315
Resumo: A presente pesquisa estuda o processo de mutação da interface gráfica dos softwares tomando como objeto empírico a interface gráfica do Spotify e a sua relação histórica com outros softwares de reprodução sonora. O alinhamento das materialidades busca apreender a ética que guia a transformação dessas superfícies de representação ao longo das épocas, o porquê de estas estarem cada vez mais visualmente simplificadas e o que viabiliza tal progressão sintetizadora. Alinhados a um conjunto teórico que a) reconhece no processo de constituição da interface gráfica um trabalho de réplica e remix junto a outras mídias; b) reconhece o software como entidade de informação pura cuja finalidade e modo de agir vão além do que a interface gráfica expõe e; c) reconhece o ser humano como portador de códigos interpretativos adquiridos no contato com as mídias e que são seguidos como fonte para o posicionamento das mídias em estado de implantação, os cruzamentos da pesquisa oferecem a possibilidade heurística para enfrentamento do software como criatura não representacional e da interface gráfica como um elemento representacional temporário adotado pelo software em razão de sua adaptação aos regimes receptores iniciais, e do qual o próprio software se desfaz à medida que transmite ao usuário a capacidade de entender a interação desprovida de formas. Tal processo de capacitação é identificado no Spotify a partir de medidas gráfico-discursivas que desestabilizam princípios considerados comuns às interfaces gráficas clássicas, seja na sua operação oculta como software instalado, seja na adoção de seu design flat de baixa fidelidade em relação aos objetos físicos, seja na quebra da lógica espacial de navegação e profundidade de conteúdo. A mesma análise conclui que, enquanto se desfaz da necessidade de emulação de forma e espaço, o software aproxima-se da sua (in)visibilidade própria e adquire camadas de autonomia e de domínio sobre a máquina e sobre o usuário que o opera, sendo, para o software, o exercício da sua (in)visibilidade também, por conseguinte, uma busca por autofortalecimento e expansão sobre o ambiente.