Os instrumentos para a preservação do poder e do Estado em Maquiavel

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Freitas, William de Jesus Costa
Orientador(a): Culleton, Alfredo Santiago
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Vale do Rio dos Sinos
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Filosofia
Departamento: Escola de Humanidades
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://www.repositorio.jesuita.org.br/handle/UNISINOS/3900
Resumo: No contexto de Maquiavel observamos a decadência da cristandade, da ascensão do capitalismo, do desenvolvimento dos estados nacionais, onde os soberanos locais são absorvidos pelo fortalecimento das monarquias e pela crescente centralização das instituições políticas. Maquiavel como pensador empírico, observa a consolidação do poder central na Inglaterra e França, sendo que o mesmo não ocorre na sua querida cidade, a Itália que se apresenta como sendo um conglomerado de pequenas cidadesestados rivais, disputadas pelo Papa, Alemanha, França e Espanha. Disputa que favorece os particularismos, mas se torna catastrófica para o destino da península. Percebe a existência de uma racionalidade instrumental no homem que o leva a buscar êxitos sem se importar com valores éticos. Fato este que o leva a pensar em uma natureza humana decaída pela maldade. De homens levianos, cobardes, ingratos, invejosos que é preciso estar sempre preparado para tudo, isto é, para o pior, da parte deles. Diante desta realidade o florentino vai se tornar o precursor de duas importantes ideias de teoria política, ligadas entre si, ambas expressas em suas obras. A primeira, de que só o poder controla o poder é a única arma que conta. A segunda ideia é que a discórdia interna é inerente aos governos livres. Neste sentido Maquiavel se torna revolucionário contra uma tradição que estigmatizava a discórdia como “tumulto”, primando pela harmonia e pela unidade. Preocupado com a situação da Itália Maquiavel sente a necessidade de uma mão firme capaz de confrontar a fortuna, considerada pelo florentino como contingência própria das ações humanas e não mais manifestações de Deus. Pensa também a necessidade de um estado com poder central e soberano que tem na figura do príncipe a constituição dos seus atos de governo como atos de soberania. Nos atos de governo do príncipe, há de fato mais que a manifestação de seu domínio da arte de governar; o príncipe está na origem do poder político e deve estabelecer que – no interior de seu principado, assim como nas relações que este mantem com as outras potencias – ele é sua origem única ou ao menos domina suas fontes. Dai, no exercício do poder deve fazer uso dos instrumentos necessários que possam mantê-lo com maior tempo possível no poder e que possa garantir a estabilidade do Estado. Considerando o exposto, a presente dissertação tem como proposito categorizar os instrumentos adequados para o êxito do governante. Antes porem fez-se necessário contextualizar o autor, pois foi em decorrência dos acontecimentos na sua terra natal que Maquiavel pensou a política moderna, o poder, a necessidade do estado, o bom governante e os instrumentos a serem utilizados. A abordagem metodológica partiu de uma revisão bibliográfica sobre o tema, utilizando-se de fontes primárias (as obras escritas por Maquiavel) e fontes secundárias (comentadores).