Deslocamentos à Zona Sul de Porto Alegre (RS): experiências em turismo agroecológico

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Rodrigues, Maria Claudia
Orientador(a): Lopes, José Rogério
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Vale do Rio dos Sinos
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais
Departamento: Escola de Humanidades
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://www.repositorio.jesuita.org.br/handle/UNISINOS/6839
Resumo: A tese investiga os processos de atribuição de significados e sentidos às propriedades, à natureza e aos produtos vinculadas ao turismo rural de Porto Alegre, capital do estado do Rio Grande do Sul – Brazil, na trajetória de transformação desses bens para uso do turismo. O corpus de análise compõe-se de quatro empreendimentos ligados a projetos de turismo agroecológico na zona sul do município de Porto Alegre: “Sítio Tio Juca”, “Sítio Herdeiros”, “Sítio Capororoca”, “Granja Santantonio”. O critério de escolha desses empreendimentos decorre das relações sociais de vizinhança e parentesco e por que iniciaram o projeto Caminhos Rurais de Porto Alegre como sócios fundadores da associação POARURAL. Trata-se de uma abordagem que se desenvolve na perspectiva metodológica da Análise Situacional, de Van Velsen (1987), e da perspectiva fenomenológica de Alfred Schutz (1979), em que se busca transitar de forma interdisciplinar por diversas áreas do conhecimento articulando diálogos, em particular: Turismo Rural, Patrimônio Cultural, Cidadania. Os resultados se direcionam a ideia de que o processo de produção do projeto Caminhos Rurais gera simultaneidades que produzem referentes de novos projetos e correspondências. Ao se organizarem em grupo na constituição de um produto turístico para Porto Alegre, esses atores acabam negociando identidades e promovendo novas ações de cidadania e passam a assumir diversas identidades. Observou-se a produção de uma “cultura agroecológica”, devido aos sentidos e intercâmbio de significados que ali são produzidos sobre a natureza, a paisagem, a agroecologia, os modos de vida. Na medida em que amplia o conceito de pedagogia pode-se intuir que os sítios produzem “agroecopedagogias”. Ao se posicionarem em uma “cultura agroecológica”, as lideranças avançam e problematizam o espaço em que estão inseridas propondo lógicas coletivas de ação que tratam de outras formas de fazer econômico, político, social e ambiental e possibilitam uma gestão participativa que estimula o debate horizontal fortalecendo a autonomia, a cooperação e os laços de sociabilidade entre associados e colaboradores do projeto. Esses atores se articulam a outros coletivos que empreendem propostas semelhantes e que buscam salvaguardar a paisagem, a natureza, a história e cultura locais em uma tentativa de minimizar os impactos que os programas de políticas públicas habitacionais trazem para a zona sul de Porto Alegre.