“Nos nu tem k serta, ti serta”: políticas públicas e suas relações com gênero em Cabo Verde na era das barragens

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Moreira, Evandra Cristina Gonçalves
Orientador(a): Anjos, José Carlos Gomes dos
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Vale do Rio dos Sinos
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais
Departamento: Escola de Humanidades
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://www.repositorio.jesuita.org.br/handle/UNISINOS/6990
Resumo: Este trabalho verifica como gênero se relaciona com os enunciados de políticas públicas de desenvolvimento rural, por meio da implantação de barragens, em Cabo Verde. Considera que as questões envolvendo as relações de gênero, assim como as relacionadas à modernização da agricultura, têm impulsionado a criação de políticas públicas e uma variedade de programas e atividades que estão sendo incluídas dentro dessas duas rubricas. Para uma análise destas políticas, esta dissertação está amparada em um estudo de caso -- Barragem de Figueira Gorda, no Concelho de Santa Cruz, na Ilha de Santiago, no período de janeiro a abril de 2017, desde uma abordagem etnográfica. Primeiramente, foram sistematizados e analisados os planos/programas que têm relação com o setor da agricultura e a igualdade de gênero, seguido de uma etnografia, para perceber as dinâmicas resultantes do empreendimento, sendo as entrevistas, o diário de campo e conversas informais as técnicas utilizadas junto das mulheres, agricultores e entidades públicas. E, a partir destas abordagens traçadas, ao caraterizar as políticas públicas voltadas ao desenvolvimento rural, foi possível evidenciar que desde a formulação, apresentam Cabo Verde enquanto um país de “poucos recursos” e com forte dependência das “ajudas e financiamentos internacionais”, com programas/planos que nascem de uma agenda internacional, em nome de um desenvolvimento sustentável, com foco no setor ambiental e econômico. E, no caso da Barragem de Figueira Gorda, a experiência deste modelo, evidência uma (re) configuração do espaço social, que reforçou as desigualdades de gênero e a não participação da mulher na agricultura “moderna”, conservando, assim o sistema moderno/colonial.