Há lugar para uma “racionalidade científica” no pensamento de Paul Feyerabend?

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Flach, Miguel Ângelo
Orientador(a): Regner, Anna Carolina Krebs Pereira
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Vale do Rio dos Sinos
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Filosofia
Departamento: Escola de Humanidades
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://www.repositorio.jesuita.org.br/handle/UNISINOS/4191
Resumo: A presente dissertação tem como objeto examinar se há lugar e, se houver, em que termos o seria, para uma concepção de “racionalidade científica” na obra de Paul Feyerabend. Parte-se da crítica radical que esse autor faz à racionalidade em sua visão tradicional e ao racionalismo. Para tanto, inicialmente faz-se necessário examinar a ampla concepção de “racionalismo” proposta por Feyerabend. Neste sentido, o capítulo 2 analisa o contexto da cultura grega arcaica, onde Feyerabend encontra um nascente pensamento racional abstrato, perpassando o surgimento da filosofia e coincidindo com a ascensão de um racionalismo que transforma a “Razão” enquanto fonte de uma dada e privilegiada tradição. Segundo Feyerabend, uma crença exacerbada no poder da “Razão” surge na Antiguidade faz-se presente na essência do racionalismo contemporâneo de Popper e Lakatos. O capítulo 3 examina os pressupostos teóricos e epistemológicos do racionalismo de Popper e Lakatos e, à luz da abordagem de Feyerabend sobre a práxis científica, ganha forma a implosão interna do racionalismo criticado. À luz da adoção de tal estratégia implosiva, avalia-se a pertinência da crítica de Feyerabend, perscrutando a leitura das principais obras de Popper e Lakatos e, assim, pretende-se evitar que o exame esteja condicionado pelo teor da crítica. O capítulo 4 perscruta a filosofia de Feyerabend, examinando no interior de sua obra as mudanças e transformações para aferir se há lugar para uma noção de “racionalidade científica”. Aprofundam-se os termos de tais mudanças esclarecendo sua concepção madura sobre a “racionalidade científica”. Conclui-se que há uma “racionalidade científica”, mas, em oposição à visão do racionalismo de viés popperiano segundo a qual tal racionalidade é universal, absoluta e intrinseca aos objetos do conhecimento científico. Desde a perspectiva da práxis científica adotada por Feyerabend, trata-se de uma racionalidade historicizada e contextualizada, ‘em ação’, aberta e dinâmica.