Mulheres negras em ação: o ativismo intelectual nos cursos de formação promovidos no Rio Grande do Sul

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Schuck, Camila Botelho
Orientador(a): Vieira, Miriam Steffen
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Vale do Rio dos Sinos
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais
Departamento: Escola de Humanidades
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.jesuita.org.br/handle/UNISINOS/12746
Resumo: O ativismo intelectual das mulheres negras vem de longos passos, atravessando a academia e os demais espaços da sociedade de múltiplas formas: por meio da luta por políticas afirmativas, da divulgação da cultura afro-brasileira, por músicas, poesias, biografias e demais formas de expressão. O presente trabalho busca observar como essas mulheres têm desenvolvido, através de cursos e ciclos de debate, esse ativismo dentro e fora de suas comunidades, atrelando elementos teóricos, experiências de vida, militância e religiosidade. A partir da etnografia realizada no evento Ciclo de Debates Meninas de Oyà, produzido na cidade do Rio Grande – RS, atrelado a outros eventos que compuseram o fio condutor desta análise, proponho a reflexão sobre os elementos que compõem esse ativismo intelectual, aliada aos escritos de mulheres negras que produziram conhecimento do Norte ao Sul global, destacando, entre elas, Lélia Gonzalez, Beatriz Nascimento, Patricia Hill Collins. Como resultado do material produzido, observei como as dinâmicas da sociedade brasileira, em específico a história da população negra no Rio Grande do Sul, se converteu em uma maciça barreira para a igualdade e a responsabilidade social. As mulheres que conseguem transpor essa barreira, como consequência, acabam lidando com uma sobrecarga de tarefas e demandas que envolvem sua família, seu trabalho e o peso da responsabilidade com seu entorno. Nos eventos, em sua maioria, também se identificou uma diversidade no que diz respeito a idade, classe social, escolaridade e raça. Quanto ao último quesito, dentro de alguns eventos, destacou-se o racismo por parte de indivíduos brancos questionando as experiências de pessoas negras, demonstrando, no espaço de diálogo, a falta de conhecimento da branquitude nas especificidades do racismo estrutural que se desenvolve ao Sul do país. Como conclusão, o que fica são os esforços das mulheres negras em criar espaços para a disseminação do conhecimento entre a população, a duras penas de sobrecarga e desvalorização por parte do poder político, tendo como intuito um profundo desejo de construção de um projeto de sociedade mais igualitário.