Alimentação, comida e sensibilidades na história da Força Expedicionária Brasileira (1934-1945)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Saval, Priscila Ervin
Orientador(a): Schell, Deise Cristina
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Vale do Rio dos Sinos
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em História
Departamento: Escola de Humanidades
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://www.repositorio.jesuita.org.br/handle/UNISINOS/9821
Resumo: Esta dissertação encontra-se ancorada ao campo da História da Alimentação. Nela, objetivamos compreender como a alimentação se apresentou em dois momentos diferentes da história da Força Expedicionária Brasileira (formação e atuação) em um recorte que se inicia no Brasil em 1934 e se encerra no território italiano em 1945. Para isto, utilizamos fontes de diferentes tipologias (Inquéritos alimentares; decretoslei; Cartas Constitucionais; crônicas, fotografias e relatos orais) que foram submetidas a um esforço metodológico guiado pelo exercício da interdisciplinaridade (PETERSEN, 2009) e do método da “Colcha de Retalhos” elaborado por Alessandro Portelli (1996) para a História Oral. A interdisciplinaridade também possibilitou que utilizássemos a metodologia do reaproveitamento de fontes memorialísticas (RODEGHERO; MACHADO, 2017). A história da Força Expedicionária Brasileira foi marcada por acordos firmados entre os governos brasileiro e estadunidense, dois países com realidades muito distintas, as quais a alimentação e a comida acabaram por evidenciar. A insegurança alimentar da população brasileira acarretou problemas durante o processo de formação da tropa. A inexperiência do Brasil em eventos bélicos somada ao descaso do Exército brasileiro com a alimentação que fornecia às suas tropas, resultou em dificuldades aos militares que foram enviados para a Segunda Guerra Mundial, pois não bastava ofertar-lhes gêneros seguros ou nutricionalmente adequados, se estes careciam de valores identitários e culturais. O período no qual os militares da FEB atuaram na guerra foi marcado pela saudade de casa, dos seus familiares e da comida brasileira que remetia memórias prescritas (WORTMAN, 2016), proporcionando o sentimento de bem-estar. As sensibilidades (PESAVENTO, 2005) também marcaram as memórias que os expedicionários e os civis italianos construíram acerca das relações que estabeleceram durante a guerra. Portanto, a “voz da comida” (AMON, 2014) que emanava dos relatos memorialísticos e das demais fontes utilizadas, acabaram por afirmar a presença de diferentes perspectivas da alimentação durante o processo de formação e atuação da FEB na SGM.