Biologia reprodutiva do Veste-amarela (Xanthopsar flavus, Gmelin 1788) nos Campos de Cima da Serra, Sul do Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Moura, Emily Jean Toriani
Orientador(a): Petry, Maria Virginia
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Vale do Rio dos Sinos
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Biologia
Departamento: Escola Politécnica
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://www.repositorio.jesuita.org.br/handle/UNISINOS/3133
Resumo: A biologia de membros da família Icteridae ainda são desconhecidos na América do Sul. O presente estudo apresenta informação sobre a biologia reprodutiva de uma população da espécie ameaçada o Veste-amarela ( Xanthopsar flavus) nos campos de altitude do sul do Brasil. Foram encontrados 18 colônias reprodutivas de 28 ± 25 indivíduos, apresentando uma relação positiva entre o número de pares reprodutivos e o tamanho da colônia (y = .967x + .296; r2 = 0.929, P< 0.001). Foram coletados dados sobre 47 ninhos encontrados durante duas estações reprodutivas de 2011 á 2013 na região fisigráfica dos Campos de Cima da Serra. Reprodução occorre entre os meses de Outubro e Fevereiro e bandos grandes de até 300 indivíduos são encontrados na região esporadicamente entre os meses de Março e Setembro. As fêmeas constroem ninhos de formato de copo aberto de lâminas de grama grossas e finas em vegetação arbustiva aquática (em particular Eryngium horridum, Baccharis trimera e Ludwigia multinervia) á 45,12 ± 24,68 (dp) cm do chão ao longo de três á seis dias (média = 4 ± 1 d, n =6). A postura média é de 3,78 ± 0,55 (sd) ovos, e o s ovos tem uma largura de 2,18 ± 0,08 (dp) cm e altura de 1,62 ± 0,09 (dp) cm. Somenete a fêmea incuba os ovos para um período de 12 ± 1 dias ( n = 5). Fêmeas são mais atenciosas ao cuidado da prole de manhã cedo e no meio da tarde. Machos ajudam alimentar os filhotes mas fazem menos visitas por hora que as fêmeas (U 30 = 74, P= 0,04) e passam até 60% do seu tempo em vigilância. Houve uma relação positiva entre idade do ninhego e número de visitas ao ninho por hora (r 2 = 0.395, P< 0.001). A época de reprodução desta espécie na região dos Campos de Cima da Serra difere em relação às outras regiões na América do Sul, o qual pode estar associado com a disponibilidade de recursos e qualidade do habitat. Em relação á postura e ás características dos ninhos, foram semalhantes aos dados encontrados em Uruguai e na Argentina. Embora seja extirpado na maioridade da sua distribuição original, X. flavus ainda reproduz em grupos relativamente grandes no noroeste do 17 Rio Grande do Sul e esforços de conservação desta espécie deveriam ser intensificados para garantir sua sobrevivência no Brasil.