A institucionalização da cooperação por meio de práticas de trabalho entre atores locais: um estudo de caso em uma comunidade vulnerável da região amazônica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Lima, Ana Maria de
Orientador(a): Balestrin, Alsones
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Vale do Rio dos Sinos
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Administração
Departamento: Escola de Gestão e Negócios
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://www.repositorio.jesuita.org.br/handle/UNISINOS/6261
Resumo: O objetivo central da tese é propor um esquema conceitual para entender como ocorre a institucionalização da cooperação por meio de práticas de trabalho entre atores locais em uma comunidade vulnerável da região amazônica. O foco do trabalho abordou a cooperação entre atores locais, como uma nova instituição que foi constituída, a partir da lente teórica da teoria do trabalho institucional. Para efetividade do objetivo, a pesquisa baseou-se nos pressupostos metodológicos do estudo de caso. Os instrumentos para a coleta dos dados foram entrevistas semiestruturadas, diários de campo e pesquisa documental. Para alcançar o objetivo o contexto empírico da tese foi o caso da comunidade Vale do Amanhecer da cidade de Juruena-MT. É um caso original para ser estudado porque se desenvolveu a cooperação entre os atores locais que vivenciam a condição de vulnerabilidade social. Nesse ambiente, a cooperação tornou-se importante para minimizar problemas sociais nos aspectos econômicos, sociais e ambientais, propiciando o desenvolvimento local a partir de atividades produtivas extrativistas. Os dados da pesquisa apontam que a própria realidade de vulnerabilidade social vivenciada na comunidade motiva os atores sociais a desenvolverem a cooperação. Além disso, há práticas de trabalho desenvolvidas em âmbito técnico, político e cultural, assim como comportamentos que promovem a cooperação. Em relação aos resultados dessas práticas, foi possível evidenciar algumas mudanças relevantes nos aspectos econômicos, sociais e culturais da comunidade. No que se refere aos aspectos econômicos, verifica-se a criação de postos de trabalho coletivos para agricultores e indígenas, geração de renda, aquisições de infraestrutura predial, equipamentos e máquinas de produção em áreas da agricultura familiar e áreas indígenas. Dentre os aspectos sociais, houve a inserção do trabalho feminino, desenvolvimento de atividades extrativistas em áreas da agricultura familiar e indígena, publicidade de resultados positivos a partir de produções científicas e de mídia, participação em eventos nacionais e internacionais, premiações como reconhecimento das práticas de trabalho desenvolvidas na região, valorização de alimentos advindos de produtores locais, formação técnica para moradores locais. No tocante a aspectos ambientais, pode-se perceber apoio para publicitar e atender a legislação local inerente à queima em áreas agrícolas, reaproveitamento de madeira e reflorestamento de áreas degradadas com espécies locais, esforços para a educação ambiental e manutenção de atividades extrativistas. Pode-se considerar que a criação da instituição cooperação no contexto social analisado se sustenta com a realização de práticas de trabalho que se desenvolvem a partir de submissão de projetos sociais com fomento de recursos financeiros ou de mão de obra voluntária na região. Esta tese contribuiu com o campo teórico ao apontar que a teoria do trabalho institucional é relevante para analisar a institucionalização de hábitos, comportamentos e costumes no contexto social analisado e para apresentar as fases que constituem o processo de institucionalização da cooperação. As fases compreendem: motivação dos atores sociais; mobilização; intensificação das práticas e retroalimentação para legitimar as práticas.