Poética da vontade : uma ética hermenêutica na perspectiva de Paul Ricoeur

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Jesus, Valdinei Vicente de
Orientador(a): Rohden, Luiz
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Vale do Rio dos Sinos
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Filosofia
Departamento: Escola de Humanidades
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://www.repositorio.jesuita.org.br/handle/UNISINOS/7059
Resumo: A tese tem como principal objetivo sustentar que a aplicação da ética em Ricoeur, sob a perspectiva do respeito e do reconhecimento, exige uma solução poética. Para tal a presente investigação 1) utiliza o terceiro livro da pequena ética de Ricoeur, que trata da tragédia grega e da sabedoria prática, para escancarar os limites do formalismo kantiano, com seu método ascendente de justificação de máximas, ao mesmo tempo que elucida a proposta do pensador francês de adicionar um critério descendente de justificação; 2) passa pela sustentação de que a proposta de Conil de defender uma hermeneutização pura de Kant, diferentemente de Ricoeur, permanece confinada nos limites do kantismo que apregoa o critério ascendente de justificação e como tal não é suficiente para orientar tomadas de decisões em casos difíceis; 3) propõe a tese de que a saída para o problema da aplicação da ética aos hard cases consiste em uma solução poética, mais especificamente, em um uso poético-metafórico do imperativo categórico alicerçado na capacidade da imaginação; 4) elucida o respeito enquanto critério descendente de justificação ao qual se deve conceder prioridade em todas as vezes que o respeito à singularidade insubstituível das pessoas entrar em conflito com ao imperativo categórico; 5) torna claro que o liame entre o respeito e o reconhecimento se desenha na medida em que ambos remetem à singularidade insubstituível, ou seja, aos seres portadores de existência-valor; e, por fim, 6) esclarece que o verdadeiro reconhecimento da existência-valor não está no reconhecimento no plano jurídico ou na reciprocidade moral mas se enraíza no reconhecimento ético-simbólico da economia do dom. Nesse contexto, propomos um uso meramente regulativo da figura da ágape enquanto um critério adicional supra ético – não metaético – que pode ser útil para que se possa fiscalizar a exigência de uma reciprocidade radical sempre à espreita no coração do imperativo kantiano.