O leitor-exercitante: uma aproximação entre Paul Ricoeur e os Exercícios Espirituais de Santo Inácio de Loyola

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Lima Junior, Pedro Barbosa
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: PUC-Campinas
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.sis.puc-campinas.edu.br/xmlui/handle/123456789/14834
Resumo: A presente pesquisa propõe demonstrar que existe uma relação dialógica entre a filosofia hermenêutica de Paul Ricoeur, em sua noção de texto e a categoria de mundo do texto, com a mistagogia dos Exercícios Espirituais de Santo Inácio de Loyola (EE) que se dá mediante um método próprio de leitura e contemplação dos textos bíblicos. A filosofia hermenêutica ricoeuriana atesta que a leitura dos textos auxilia numa nova configuração da vida do leitor, provocando um mundo de possibilidades o qual, o texto, o convida a entrar. Este é o mundo do texto que é apropriado pelo leitor, que o ajuda a configurar sua própria identidade, se entendendo melhor. Sob essa ótica, procuramos analisar os Exercícios Espirituais a partir da experiência mística e humana vivida pelo seu autor, Inácio de Loyola, ou seja, sua mistagogia que virou escrita. Compreendendo a originalidade e a finalidade dos EE, bem como sua dinâmica interna e metodológica, percebe-se que os Exercícios Espirituais propõem elementos para uma leitura e interpretação de si, diante do mundo do texto bíblico. Desta forma, o leitor (no sentido ricoeuriano) e o exercitante (leitor-orante, no sentido inaciano) estariam buscando a mesma coisa por métodos diferentes; realizando uma mesma atividade interpretativa, ou seja, lendo a própria vida usando técnicas e métodos semelhantes (a leitura), porém, por óticas diferentes, a saber, uma filosófica e a outra espiritual, mas as duas dentro de um contexto existencial. Portanto, é na leitura que se realiza a hermenêutica. É na linguagem narrativa em que se faz a leitura de si. E se interpretação é hermenêutica, é justamente aqui que empregamos a filosofia de Ricoeur do mundo do texto, numa aproximação dialógica com os Exercícios Espirituais de Santo Inácio de Loyola.