Padrões fenológicos de espécies lenhosas e cactáceas em uma área do Semi-Árido do Nordeste do Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: LIMA, André Luiz Alves de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural de Pernambuco
Departamento de Biologia
Brasil
UFRPE
Programa de Pós-Graduação em Botânica
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.tede2.ufrpe.br:8080/tede2/handle/tede2/4724
Resumo: Em florestas tropicais secas, a precipitação é o principal fator que regula o comportamento fenológico das plantas, embora algumas espécies não respondam primariamente à chuva e sim à maior ou menor disponibilidade hídrica nos seus tecidos. Assim, plantas com baixa densidade de madeira armazenam mais água no caule, quando comparadas com as de alta densidade, e podem desencadear as fenofases na estação seca. Desta forma, objetivou-se com este trabalho verificar se existe relação entre a densidade básica da madeira e a fenologia de 19 espécies lenhosas (196 indivíduos) da caatinga e descrever a fenologia de cinco espécies (62 indivíduos) de cactáceas. Estas espécies foram observadas mensalmente (agosto/2003 a julho/2006), em uma área situada no município de Floresta, sertão pernambucano. A densidade básica da madeira (relação do peso seco pelo volume da madeira saturada de água) variou de 0,29g/cm3 a 0,83g/m3 e foi inversamente relacionada à quantidade de água armazenada na madeira. Assim, as seis espécies que iniciaram o brotamento, floração e/ou frutificação na estação seca (Jatropha mollissima, Commiphora leptophloeos, Manihot cf. epruinosa, Cnidoscolus bahianus,C. quercifolius e Amburana cearensis) apresentaram baixa densidade de madeira e armazenaram grandes quantidades de água no caule (110 a 271% do seu peso seco). A queda foliar dessas espécies ocorreu antes das demais, ou seja, na transição do período chuvoso ao seco; e o brotamento foi positivamente relacionado com o fotoperíodo. Por outro lado, as espécies com alta densidade de madeira mostraram-se fortemente dependentes da precipitação no que se refere ao brotamento, floração e frutificação, enquanto que a queda foliar variou ao longo da estação seca. Cereus jamacaru e Harrisia adscendens floresceram logo com as primeiras chuvas no final da estação seca e frutificaram logo em seguida, enquanto que Opuntia palmadora sempre floresceu e frutificou no meio da estação seca. Arrojadoa rhodantha e Pilosocereus gounellei apresentaram maior proporção de indivíduos florescendo e frutificando na transição da estação seca para chuvosa. As espécies zoocóricas frutificaram no final da estação seca e início da chuvosa, asautocóricas na estação chuvosa e as anemocóricas na estação seca. Estes resultados confirmam a relação existente entre densidade de madeira e fenologia de espécies lenhosas da caatinga, embora a precipitação exerça forte influência na fenologia dessas espécies.