Resposta comportamental de sagui-comum (Callithrix jacchus) à simulação de intrusos em um ambiente semiárido
Ano de defesa: | 2018 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal Rural de Pernambuco
Departamento de Biologia Brasil UFRPE Programa de Pós-Graduação em Ecologia |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.tede2.ufrpe.br:8080/tede2/handle/tede2/7562 |
Resumo: | Interações intergrupais são eventos importantes em espécies de animais com reprodução cooperativa, pois, além das interações agonísticas relacionadas à defesa de recursos, elas podem envolver interações afiliativas. Em saguis-comum, Callithrix jacchus, encontros entre grupos têm um papel importante na dinâmica social da espécie. Estudos observacionais sugerem múltiplas funções para esses encontros, como defesa de alimento, parceiros e oportunidades reprodutivas fora do grupo. No entanto, avaliar a contribuição desses diferentes aspectos funcionais em encontros intergrupos é uma tarefa desafiadora. Nesse sentido, estudos experimentais simulando invasores em contextos controlados são de grande utilidade. Desta forma, nosso objetivo foi entender o papel dos encontros intergrupais em saguis-comum, testando as hipóteses de defesa de território, defesa de parceiro e avaliação de oportunidades de reprodução utilizando simulações de invasores por uso de emissão de vocalizações (playbacks). O estudo foi desenvolvido com três grupos habituados vivendo em área de caatinga na Baracuhy Biological Field Station (7°31’42”S, 36°17’50”W), no município de Cabaceiras, Paraíba, Nordeste do Brasil, entre maio e dezembro de 2016. Para testar nossas hipóteses foram realizados experimentos com playbacks de coespecificos machos e fêmeas, de outros grupos, simulando a presença de intrusos nas porções nucleares e periféricas da área de vida. A intensidade da reação dos grupos (velocidade para chegar no raio de 5m do alto-falante, porcentagem de membros do grupo que chegaram ao local do alto-falante, tempo de permanência no raio do alto-falante) foi independente do sexo do intruso simulado, porém, foi maior quando o intruso foi simulado em áreas nucleares. Machos e fêmeas reprodutores se deslocaram mais rapidamente quando o invasor foi do sexo oposto, na área núcleo. Quando o invasor simulado foi do mesmo sexo, as fêmeas reprodutoras apresentaram displays agressivos (piloeração). O mesmo não foi visualizado para machos. Nossos resultados apontam que a defesa de território não é a única motivação que conduz o comportamento dos saguis-comum em resposta a intrusos, podendo também conferir oportunidades para avaliar cópulas extras, o que também resultam em motivação para defesa de parceiros, sugerindo que esses encontros podem desempenhar mais de um papel significativo na vida social desses primatas. |