Herpesvirus simplex Tipo 1 (HSV-1) em sagüis (Callithrix jacchus e Callithrix penicillata) - Caracterização anatomopatológica e molecular

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Casagrande, Renata Assis
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/10/10133/tde-20082007-133334/
Resumo: A introdução de animais selvagens no convívio com humanos representa sério risco à saúde de ambos. O objetivo deste trabalho foi comprovar a hipótese de ser o HSV-1 o agente etiológico das lesões vesiculares e ulcerativas na pele e mucosas, associadas aos quadros neurológicos observados em sagüis no Brasil. Para tal, seis sagüis do tufo branco (Callithrix jacchus), cinco sagüis do tufo preto (C. penicillata) e um híbrido, provenientes de cativeiro com suspeita de infecção herpética foram necropsiados. Dos órgãos colhidos, realizou-se exame histopatológico e imunoistoquímico (IHQ), utilizando-se os anticorpos anti-HSV-1 e anti-HSV-2 policlonais, amplificados pelo sistema estreptavidina-biotina-peroxidase e revelados com diaminobenzidina. Realizou-se tipificação viral pela PCR em fragmentos do encéfalo de nove sagüis. Para tal, fez-se extração do DNA com o Kit Qiagen® e utilizaram-se os primers HSV-U, HSV-1L E HSV-2L, específicos para HSV-1 e HSV-2, os quais amplificam uma seqüência de 503 pb e 435 pb respectivamente. Clinicamente foram observadas convulsões, prostração, hiporexia, hipersalivação e agressividade. Na pele evidenciaram-se ulcerações, mucosa oral e língua com placas pseudomembranosas. Histologicamente, a principal lesão encontrada em todos os sagüis foi meningoencefalite necrotizante não supurativa difusa variando de leve a severa com gliose, manguitos perivasculares, vasculite necrotizante, necrose neuronal e necrose do neurópilo. Órgãos como a pele, mucosa oral, língua, fígado, baço, linfonodos, adrenais e rins também foram severamente afetados. No SNC e em alguns outros órgãos observaram-se inclusões intranucleares (Cowdry Tipo A). A IHQ revelou marcações positivas para HSV no encéfalo de todos sagüis. A mucosa oral, língua, pele, fígado, adrenais, rins, gânglios, nervos dentre outros órgãos também apresentaram marcações. A presença do HSV-1 foi confirmada pela PCR no encéfalo de 8/9 sagüis. Primatas não-humanos não são naturalmente infectados pelo HSV-1, adquirindo a doença através do contato com humanos. Sendo assim, o presente estudo comprova a existência do HSV-1 como causador de infecções fatais em sagüis no Brasil.