A face popular da arquitetura historicista : o ecletismo vernáculo no centro do Cabo de Santo Agostinho (1890-1940)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: LUZ, John Kennedy Ferreira da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural de Pernambuco
Departamento de História
Brasil
UFRPE
Programa de Pós-Graduação em História
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.tede2.ufrpe.br:8080/tede2/handle/tede2/7810
Resumo: O presente trabalho de pesquisa tem por finalidade analisar os fatores que acarretaram a inserção do Ecletismo na arquitetura popular do Centro do Cabo de Santo Agostinho, bem como as manifestações dessa arquitetura, no recorte cronológico situado entre o final do século XIX e as quatro primeiras décadas do século XX. Em meio às transformações políticas, econômicas, sociais e intelectuais que marcaram a virada do século XVIII para o XIX, na Europa, o Ecletismo surge como uma adaptação das formas arquitetônicas tradicionais, revisitadas por uma arquitetura de base Historicista, ao novo panorama desencadeado pela Revolução Industrial. Pautando-se na ornamentação ostensiva das fachadas edificadas, tal estilo tomava como base um referencial iconográfico que abrangia desde as formas do próprio passado europeu como as experiências arquitetônicas grega, romana, gótica, etc., disponibilizadas pela pesquisa arqueológica, até aquelas cuja historicidade remonta a culturas estrangeiras (do Egito, do Oriente Médio ou do Sul da Ásia), apropriadas a partir do gosto pelo pitoresco. No Brasil, o Ecletismo se insere em fins do século XIX e início do XX, incentivado pelo governo republicano como instrumento em seu projeto de modernização do país. Em solo brasileiro, a arquitetura eclética encontra aceitação em virtude do notório francesismo presente na sociedade, sobretudo na emergente burguesia urbana, desde o início dos oitocentos. Em Recife, o Ecletismo encontra seu expoente máximo na reforma do Bairro do Recife, com a substituição do aspecto colonial pelas formas arquitetônicas francesas. No caso específico da arquitetura do Centro do Cabo de Santo Agostinho, a partir das informações adquiridas por observação e análise dos exemplares arquitetônicos (muitos dos quais ostentam a data de construção na parte superior da fachada), consulta a fontes documentais e levantamento bibliográfico sobre a dinâmica de produção urbana do município, assume-se que o Ecletismo propaga-se em um perceptível viés vernáculo, adaptado à realidade econômica de seus produtores e às transformações socioculturais experimentadas pela sociedade cabense diante dos processos de modernização da atividade canavieira, do estabelecimento de novas relações de trabalho e no surgimento de uma classe proletária e urbana que dá seguimento ao processo de expansão do núcleo urbano.