Plantas cardiotóxicas em ruminantes no Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: NASCIMENTO, Naiara Carolline Ferreira do
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural de Pernambuco
Departamento de Medicina Veterinária
Brasil
UFRPE
Programa de Pós-Graduação em Ciência Veterinária
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.tede2.ufrpe.br:8080/tede2/handle/tede2/7571
Resumo: As plantas cardiotóxicas afetam o coração e resultam em alterações patológicas de acordo com o quadro clínico apresentado. Essas plantas podem ser divididas em grupos que causam intoxicação com evolução superaguda (morte súbita sem lesão macroscópica significativa), subaguda à crônica (que cursam em insuficiência cardíaca crônica) ou plantas que contêm glicosídeos cardiotóxicos. No Brasil, integram a essas plantas os gêneros Palicourea, Amorimia, Psychotria, Niedenzuella, Fridericia, Tanaecium, Nerium e Kalanchoe. Destas, algumas foram notificadas ou suspeitas de conter o monofluoroacetato (MFA) como princípio tóxico. Esta dissertação está dividida em dois artigos: o primeiro, que objetiva atualizar sobre as principais plantas cardiotóxicas em ruminantes no Brasil, descrevendo seus aspectos epidemiológicos (considerando as alterações botânicas atuais), clínicos, patológicos, formas de diagnóstico, controle e métodos profiláticos, como a transfaunação com isolamento de bactérias que degradam MFA, aversão alimentar ou uso de acetamida; o segundo artigo tem por objetivo descrever os aspectos epidemiológicos, clínicos e patológicos de um surto de intoxicação por Kalanchoe blossfeldiana em bovinos da região semiárida de Pernambuco. Para isso, foi investigada uma propriedade no município de Bezerros, onde foram inspecionadas as áreas de pastagem do gado, analisando a sintomatologia de 17 bovinos, consistindo em taquipneia, taquicardia, atonia ruminal e diarreia hemorrágica. Dois bovinos foram necropsiados, obtendo- se como achados de necropsia, hemorragias petequiais e equimoses nas aurículas, epicárdio e músculos papilares e áreas com congestão severa e hemorragias petequiais na camada serosa do intestino delgado, por vezes, contendo coágulos e, na histopatologia, observou-se que nas áreas de sangramento cardíaco houve infiltrado inflamatório e necrose da coagulação das fibras musculares. Na submucosa do intestino delgado houve edema, infiltração de células mononucleares e macrófagos contendo pigmento castanho; na mucosa houve hemorragia, redução da altura das vilosidades e necrose do epitélio. A condição determinante para a ocorrência da intoxicação nesse rebanho foi a escassez de alimento e o manejo inadequado na poda das plantas, baseando o caso no histórico de consumo da planta, na epidemiologia, sinais clínicos e lesões encontradas, consistentes com os glicosídeos cardiotóxicos que a planta possui. Embora a intoxicação do gado por essa planta não seja comum, a sua ampla distribuição no Brasil, como planta ornamental, predispõe o surgimento de casos de intoxicação.