Biologia reprodutiva e hábito alimentar do beijupirá Rachycentron canadum (Linnaeus, 1766), como base para o desenvolvimento da piscicultura marinha

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: HAMILTON, Santiago
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural de Pernambuco
Departamento de Pesca e Aquicultura
Brasil
UFRPE
Programa de Pós-Graduação em Recursos Pesqueiros e Aquicultura
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.tede2.ufrpe.br:8080/tede2/handle/tede2/7072
Resumo: O beijupirá Rachycentron canadum vem se destacando como uma excelente espécie para a piscicultura marinha, entretanto pouco se conhece acerca da sua biologia no Brasil. O presente trabalho tem como objetivo descrever a biologia reprodutiva e o hábito alimentar do beijupirá, na região Nordeste do Brasil. O trabalho foi realizado entre fevereiro/2004 e agosto/2006, com exemplares procedentes da pesca artesanal e esportiva, com comprimento total entre 42,0 e 141,0 cm ( = 95,8 cm) e peso total entre 0,4 e 29,8 kg ( = 7,5 kg ). Foram avaliadas o tipo e época da desova, o tamanho de primeira maturação, a fecundidade, a importância de cada item alimentar na dieta da espécie pelo índice de importância relativa (IIR) e a estratégia alimentar. A análise histológica de 99 gônadas (42 fêmeas e 57 machos) evidenciou a presença de fêmeas maduras em todos os bimestres do ano. O tamanho de primeira maturação (L50) para as fêmeas foi de 69,8 cm comprimento zoológico (CZ), com 100% das fêmeas adultas na classe de comprimento acima de 90-100 cm CZ. A fecundidade do lote variou de 192.063 a 1.600.513 e a fecundidade relativa média do lote foi de 32,9 a 104,8 ovócitos/grama de peso da fêmea. Foram analisados 110 estômagos (54 fêmeas e 56 machos), sendo 92 (83,6%) com algum item alimentar e 18 (16,4%) vazios. Os peixes ósseos foram os principais itens consumidos na dieta alimentar, com 98,7% do IIR, entre os quais a mariquita (Holocentrus adscensionis), com 30,7%, e o baiacu (Diodon sp.), com 8,2%, foram as presas mais consumidas. A dieta foi composta, ainda, por elasmobrânquios, crustáceos e cefalópodes (<1% IIR cada). A dieta não apresentou variação entre os sexos e tamanho (< ou ≥ 69,8 cm de comprimento zoológico, L50 estimado para a espécie). Os dados analisados demonstram que, na costa de Pernambuco, Brasil, o beijupirá se reproduz de forma parcelada ao longo do ano, porém com picos entre janeiro e abril, época em que são verificados os índices gonadossomáticos mais elevados para as fêmeas, e que é um predador carnívoro com preferência por peixes ósseos demersais, independente do tamanho e sexo dos indivíduos analisados.