Pesca artesanal no litoral pernambucano e cearense : implicações conservacionistas
Ano de defesa: | 2016 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal Rural de Pernambuco
Departamento de Biologia Brasil UFRPE Programa de Pós-Graduação em Etnobiologia e Conservação da Natureza |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.tede2.ufrpe.br:8080/tede2/handle/tede2/4423 |
Resumo: | Pesquisas realizadas com os pescadores artesanais, para a compreensão dos conhecimentos adquiridos e acumulados sobre os peixes (Etnoictiologia), podem contribuir na elaboração de medidas de conservação desses animais, bem como na manutenção da pesca. A presente pesquisa objetivou caracterizar a pesca artesanal marítima e suas implicações conservacionistas, registrando o conhecimento ecológico local dos pescadores artesanais no litoral nordeste do Brasil. Durante o ano de 2013, foram obtidas informações com 75 pescadores das praias de Tamandaré, no Estado de Pernambuco, e do Batoque, no Estado do Ceará. Foram analisadas a riqueza de espécies de peixes conhecidas e os seus diferentes tipos de uso, com enfoque principalmente nos hábitos alimentares dos pescadores e de suas famílias, bem como na cadeia produtiva do pescado. Foi realizado um estudo etnotaxonômico sobre a ictiofauna e a caracterização das artes de pesca. Por fim, buscou-se compreender a relação entre o conhecimento dos pescadores sobre o espaço e o tempo da pesca com a conservação em áreas marinhas protegidas. Para a coleta de dados, foram utilizadas diferentes técnicas: observações diretas e indiretas, entrevistas estruturadas e semiestruturadas, conversas informais e encontros com grupos focais. Foram registradas 268 espécies de peixe nas duas localidades e caracterizados seis tipos de uso desses organismos: alimentar, comercial, medicinal, artesanal, para fins mágico-religiosos e para aquariofilia. Constatou-se que a cadeia produtiva do pescado é influenciada por fatores sociais e ambientais e que os peixes constituem a principal fonte alimentar de origem animal consumida pelos pescadores e suas famílias. Foram registrados 441 nomes locais diferentes de peixes e cinco tipos de correspondências entre os nomes científicos e os populares. As artes de pesca corresponderam a 12 tipos de petrechos e a seis tipos de embarcações, em sua maioria, artesanais. Os pescadores descreveram as áreas de pesca com 26 pesqueiros, em Tamandaré e oito, no Batoque, e caracterizaram nove fatores temporais que influenciam a atividade pesqueira. Os resultados apresentados podem contribuir para o planejamento e a realização de ações locais, visando a conservação da ictiofauna, a sensibilização sobre os hábitos e as práticas alimentares das comunidades pesqueiras, o fortalecimento do papel do pescador na cadeia produtiva do pescado e na confecção das artes de pesca, o engajamento dos pescadores nos planos de manejos das áreas protegidas, a valorização do conhecimento tradicional e a garantia do território das comunidades pesqueiras. |