Caracterização da serrapilheira em caatinga preservada e mudanças no carbono do solo após o desmatamento sem queima.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: AMORIM, Laerte Bezerra de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural de Pernambuco
Departamento de Agronomia
Brasil
UFRPE
Programa de Pós-Graduação em Ciência do Solo
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.tede2.ufrpe.br:8080/tede2/handle/tede2/5187
Resumo: A Caatinga, ecorregião semi-árida, é um dos biomas brasileiro mais ameaçado e transformado pela ação humana. Apesar da sua expressiva importância socioeconômica e ambiental, poucos estudos são direcionados ao manejo sustentável desse ecossistema. Nesse sentido, pesquisas relacionadas ao estoque de serrapilheira, carbono orgânico total (COT) e matéria orgânica particulada leve (MOPL) em áreas desmatadas sem o uso do fogo são desconhecidas no semi-árido brasileiro. O presente estudo foi desenvolvido na Embrapa Semi-Árido, Petrolina-PE, tendo por finalidade obter dados dos estoques de serrapilheira na superfície do solo e de COT e MOPL, em área sob vegetação de caatinga preservada, além de quantificar os efeitos após sete meses do desmatamento (corte da vegetação sem quima), sobre essas variáveis. O desenho experimental foi de blocos completos não casualisados (n=3), com cinco tratamentos, constituídos pelas distancias crescentes desmatadas ao redor de cada parcela experimental. A área das parcelas (10 x 40 m)e perímetros de 0, 15, 25, 35 ou 45 m de largura ao redor delas foram submetidos a corte raso. Nas parcelas experimentais foram realizadas as amostragens de serrapilheira e solo. Para cada bloco foi considerada uma parcela testemunha (mata nativa) que também foram amostradas. As amostragens de serrapilheira e solo foram realizadas no fim do período seco (dezembro/2007) e após o período chuvoso (junho/2008). Foram coletadas 162 amostras de serrapilheira no período seco em todas as parcelas, antes do corte da vegetação e 27 após a estação chuvosa, unicamente nas parcelas testemunha, localizada na área não desmatada. O material coletado foi fracionado em não-lenhoso (folhas, flores e miscelânea) e lenhoso (cascas e galhos), avaliado quanto ao teor de massa seca (MS) e composição química (N, P, K, Ca, Mg). No solo, foram retiradas 54 amostras em três camadas (0-10, 10-20 e 20-30 cm), em ambos os períodos, e analisadas quanto ao COT, MSda MOPL, granulometria, pH, P extraível e bases trocáveis. Os estoques de serrapilheira no fim do período seco apresentaram intervalo modal entre 3 e 5 Mg ha-1, compatíveis com os dados já publicados. A serrapilheira apresentou relação C/N ampla (37) sua perda de massa no período chuvoso foi de 89 e 21% para as frações não-lenhosa e lenhosa, respectivamente. O gradiente de concentração dos nutrientes foi Ca>N>K>Mg>P, para todas as frações estudadas. Os tratamentos não tiveram efeito nas concentrações e nos estoques de COT e MOPL, mas apresentaram variação sazonal, com os maiores valores encontrados no fim doperíodo de estiagem. Foi encontrada uma relação significativa entre as quantidades de MOPL e COT, sugerindo que parte do C na MOPL é incorporado à fração de C humificado.