Efeito de infusões intravenosas e intramamárias de lipopolissacarídeo (LPS) sobre parâmetros inflamatórios, reprodutivos e metabólicos em novilhas e vacas da raça holandesa

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: FERNANDES, Artur Cezar de Carvalho
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural de Pernambuco
Departamento de Medicina Veterinária
Brasil
UFRPE
Programa de Pós-Graduação em Ciência Veterinária
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.tede2.ufrpe.br:8080/tede2/handle/tede2/7162
Resumo: Objetivou-se avaliar os efeitos da resposta inflamatória na expressão gênica endometrial e no metabolismo energético em novilhas e vacas. Inicialmente, foi estabelecido um protocolo para indução de um perfil pró-inflamatório sistêmico, com base em múltiplas infusões de LPS. Posteriormente, 22 novilhas foram sincronizadas, inseminadas (D0) e divididas em grupo controle (sol. salina) e LPS, iniciando as infusões no D2. O grupo LPS recebeu infusões intravenosas (IV) de solução salina + LPS (0,1; 0,25; 0,5; 0,75; 1,0; 1,25 mg/Kg). Além da avaliação da temperatura retal, foram analisadas as concentrações plasmáticas de TNF-α, haptoglobina (Hp), progesterona, AGNE, e BHB, além das avaliações leucométricas. No D15, foram realizadas as biópsias endometriais, e posterior análise por qRT-PCR de genes relacionados ao adesão celular, sistema imunológico e desenvolvimento embrionário. As infusões de LPS estabeleceram um perfil próinflamatório caracterizado pelo aumento da temperatura (P<0,05), dos níveis de TNF-α (P=0,05) e de Hp (P<0,01), além de alteração na contagem diferencial de leucócitos. Não foi observada alteração nos parâmetros metabólicos. Em relação ao grupo controle, o grupo LPS apresentou menor expressão de IDO (P=0,04; fold=0,48) e PTX3 (P=0,01; fold=0,38), e uma expressão elevada de MX1 (P=0,02; fold=2,85). Em um segundo trabalho, para avaliar a influência da resposta inflamatória sobre o metabolismo energético de vacas em lactação, 20 vacas foram divididas em grupos controle (10 mL sol. Salina) e LPS (25 μg LPS/10 mL sol. salina). Foi avaliada a contagem de células somáticas (CCS), a produção leiteira, temperatura reticular, além dos níveis sorológicos de Hp, TNF-α, AGNE e BHB. No grupo LPS foi observado o aumento da CCS (P<0,0001), queda da produção (P<0,05), além do aumento da temperatura reticular (P<0,005) e aumento da concentração da Hp (P<0,0001). Verificou-se aumento de AGNE no dia nove e de BHB nos dias nove (P<0,005) e 10 (P=0,05). Com a realização dos presentes trabalhaos conclui-se inicialmente o protocolo utilizado no primeiro trabalho induziu um marcante perfil próinflamatório, porém, com limitado efeito na expressão do gene relacionados ao sistema imunitário, o que sugere uma possível explicação para a sub-fertilidade relacionadas a alterações fisiopatológicas em vacas leiteiras. Adicionalemnte, considerando a resposta inflamatória induzida pelo LPS intramamário, foi possível observar evidências da relação da resposta inflamatória com o metabolismo energético de vacas em lactação, e reafirmar a participação de mediadores inflamatórios na fisiopatogenia de enfermidades metabólicas em vacas de leite.