Biogeoquímica de metais pesados em solos de manguezal do Rio Botafogo - PE, Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: ARAÚJO, Paula Renata Muniz
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural de Pernambuco
Departamento de Agronomia
Brasil
UFRPE
Programa de Pós-Graduação em Ciência do Solo
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.tede2.ufrpe.br:8080/tede2/handle/tede2/7318
Resumo: A bacia do rio Botafogo é um importante manancial para a população e as indústrias do litoral norte de Pernambuco. Porém, a intensa atividade urbana e industrial tem gerado uma carga de resíduos contendo metais pesados, que é diretamente depositada no estuário. Como consequência, ocorre contaminação dos solos do manguezal ao entorno por metais pesados, alterando o ecossistema e comprometendo o papel do rio como recurso natural para as comunidades. O objetivo deste estudo foi determinar os teores de metais pesados e avaliar sua distribuição nos compartimentos minerais e orgânicos, ao longo dos perfis de solos de manguezal do Rio Botafogo, relacionando a dinâmica dos metais à função do solo como dreno ou fonte de metais pesados. Para isso, análises químicas e físicas para caracterização dos solos e determinações dos teores de metais (totais, ambientalmente disponíveis e associados a compartimentos geoquímicos operacionalmente definidos) foram realizadas. Matrizes biológicas também foram avaliadas quanto ao acúmulo de metais, auxiliando na verificação de transferência destes para a biota. Os resultados indicam a contaminação dos solos de manguezal por Hg decorrente dos resíduos descartados pela indústria de soda cloro situada na região. Embora as estimativas de risco ecológico tenham sido elevadas para Hg, observou-se a associação majoritária do metal à frações de alta estabilidade no solo, além do baixo acúmulo de Hg por plantas e ostras, evidenciando a função do solo como dreno, o que limita a transferência do contaminante para a biota. Argila e MOS são os principais atributos do solo que governam o acúmulo de metais, enquanto pH e Eh condicionam a estabilidade dos compartimentos geoquímicos aos quais os metais estão associados. As frações oxihidróxidos e pirita representaram fases minerais importantes para Cu, Fe e Zn, governando a disponibilidade destes elementos. Verifica-se que mesmo sendo identificada a contaminação por Hg, o solo desempenha papel fundamental como filtro do contaminante. Alterações nas condições geoquímicas deste ambiente podem aumentar a biodisponibilidade e os riscos de intoxicação de seres humanos, em especial às comunidades que dependem dos recursos naturais do Rio Botafogo e aos consumidores do pescado oriundo da região.