Caracterização patológica e gênica (gene P53) dos tumores mamários em cadelas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2006
Autor(a) principal: SOUZA, Daniela Maria Bastos de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural de Pernambuco
Departamento de Medicina Veterinária
Brasil
UFRPE
Programa de Pós-Graduação em Ciência Veterinária
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.tede2.ufrpe.br:8080/tede2/handle/tede2/5405
Resumo: Os tumores mamários em cadelas tem alta incidência e malignidade sendo provocados por vários fatores de risco incluindo idade, atividade hormonal, nutrição, vírus, pseudogestação e administração de progestágenos exógenos. O gene p53, conhecido como um gene supressor de tumor, tem apresentado mutações relacionadas com neoplasias. Neste trabalho, o objetivo foi caracterizar os tumores mamários em cadelas, avaliar o comprometimento da mama lateral ao tumor e o envolvimento de fatores de risco sobre a ocorrência dos tumores; analisar o gene p53, na região entre os exons 4 e 8 e relacionar os tumores malignos e mamas normais com as mutações ocorridas neste gene. Foram utilizadas 50 cadelas com tumor de mama e 11 cadelas normais que foram atendidas no Hospital Veterinário da Universidade Federal Rural de Pernambuco. Foram colhidas amostras dos tumores e das mamas adjacentes, clinicamente normais, bem como biopsias de mamas das cadelas normais, para análise histopatológica segundo as técnicas rotineiras. Outros fragmentos foram processados para extração do DNA, amplificação dos exons pela técnica de reação em cadeia da polimerase (PCR) com oligonucleotídeos específicos e sequenciamento. Os animais foram de raças variadas tendo idade compreendida entre 4 e 19 anos para as cadelas com tumor e entre 7 meses e 6 anos para as cadelas normais, sendo que a faixa etária entre 9 e 13 anos foi a que apresentou a maior freqüência de neoplasias (48%). Das 50 alterações mamárias, 68% foram carcinosarcomas, 24% foram carcinomas, 2% tumor misto benigno, 2 hemorrágicas, 2% fibroses e 2% foram processos inflamatórios inespecíficos. Não houve diferença na relação entre os fatores de risco e a ocorrência de tumores nas cadelas. Das mamas laterais aos tumores, apenas 36% foram normais, 48% apresentavam carcinoma, 6% carcinosarcomas, 2% hiperplasia, 2% fibrose e em 6% o material não foi suficiente para garantir o diagnóstico. Foram escolhidas amostras de 9 carcinomas e 7 carcinosarcomas com as respectivas mamas normais adjacentes, e de 6 cadelas normais, que foram seqüenciadas em seqüenciador automático e analisadas para a presença de mutações em comparação com a seqüência de nucleotídeos da p53 canina (GenBank - S77819). Foram encontradas mutações em 85% das amostras que após o sequenciamento apresentaram homologia com a proteína p53 canina, de 86,3% em média (GenBank - AAB42022.1). Das mutações observadas, as mais freqüentes foram as missense e os exons mais acometidos foram o 5 e o 8 com, respectivamente, 23,2% e 24,9% das mutações. As alterações de nucleotídeos mais freqüentes foram deleções e inserções, que resultaram na maioria das mutações missense. Conclui-se que nos animais estudados não houve interferência dos fatores pseudogestação e uso de anticoncepcionais no surgimento dos tumores, mas que a idade é um fator relevante, sendo, entretanto, a idade avançada considerada um fator de risco elevado. Considerando a alta freqüência de tumores nas mamas laterais às neoplásicas e a ocorrência de mutações nos genes destas amostras, sugere-se que na exerése do tumor seja retirada a cadeia lateral completa para evitar recidiva. A alta incidência de mutações no segmento do gene que transcreve a parte da proteína que se liga ao DNA, sugere a possibilidade da alteração na funcionalidade da proteína, o que é ressaltado pela alta malignidade dos tumores estudados