Respostas biométricas,ecofisiológicas e nutricionais em genótipos diplóides de bananeira (Musa spp) submetidos à salinidade
Ano de defesa: | 2007 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal Rural de Pernambuco
Departamento de Biologia Brasil UFRPE Programa de Pós-Graduação em Botânica |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.tede2.ufrpe.br:8080/tede2/handle/tede2/4822 |
Resumo: | A bananeira é cultivada nas regiões localizadas nos trópicos e sub-trópicos, abrangendo mais de 100 países do mundo. No Brasil, a cultura da bananeira ocupa o segundo lugar em volume de frutas produzidas e consumidas no país e a terceira posição em área colhida. A região Nordeste é responsável por 34 % da produção nacional de banana. Nesta região, a salinidade representa um dos mais sérios fatores que limita o crescimento e a produtividade dessa cultura, sobretudo nos perímetros irrigados. Dez genótipos diplóides de bananeira (Musa spp), provenientes de cultura de tecidos, foram cultivados em solução nutritiva, acrescida ou não de NaCl (0 e 100 mol.m-3). O experimento foi conduzido em casa de vegetação do Departamento de Química da UFRPE, em delineamento inteiramente casualizado, com 3 repetições, em um arranjo fatorial 10 x 2. O objetivo do trabalho foi verificar o efeito do NaCl sobre variáveis biométricas, ecofisiológicas e nutricionais. Durante o período experimental, a temperatura do ar variou de 27,7 a 30,4 oC, a umidade relativa do ar de 46,2 a 64,8 % e a radiação fotossinteticamente ativa de 24,54 a 109, 57 μmol.m-2.s-1. O experimento foi coletado 21 dias após o início dos tratamentos. Semanalmente, foram determinadas as variáveis biométricas (númerode folhas, diâmetro do pseudocaule, altura de plantas e área foliar). As variáveis ecofisiológicas (transpiração, resistência difusiva e temperatura foliar) foram determinadas aos 20 dias da diferenciação dos tratamentos. Por ocasião da coleta do experimento foi determinada a biomassa fresca da parte aérea (limbo foliar e pseudocaule) e das raízes + rizoma. As partes fracionadas (parte aérea e raízes + rizoma) foram acondicionadas, separadamente, em sacos de papel devidamente identificados e postas para secar em estufa de aeração forçada a 65oC até peso constante, para obtenção da biomassa seca (parte aérea e raízes + rizoma). Em seguida, foi calculada a alocação da biomassa e suculência nos diferentes órgãos, razão de área foliar, índice de esclerofilia, taxa de assimilação líquida, razão parte aérea:raízes e taxas de crescimento absoluto e relativo. Efetuada a secagem do material vegetal, realizaram-se as análises de sódio, potássio, cloreto, cálcio e magnésio, nas diferentes partes das plantas. A salinidade provocou, na maioria dos genótipos estudados, reduções significativas em quase todas as variáveisbiométricas analisadas; destacando-se a área foliar, a biomassa seca (limbo,pseudocaule e raízes + rizoma), a alocação da biomassa nos diferentes órgãos (limbo, pseudocaule e raízes + rizoma) e as taxas de crescimento absoluto e relativo. Também provocou redução na transpiração e uma tendência ao aumento da resistência difusiva e temperatura foliar em todos os genótipos submetidos ao estresse salino. Houve incremento nos teores de Na+ e Cl- nos diferentes órgãos das plantas, acarretando redução no teor de Ca2+, principalmente nas raízes + rizoma e conseqüentemente alteração na biomassa seca total, área foliar e taxas de crescimento absoluto e relativo. Por outro lado, ocorreu incremento no teor de Mg2+ apenas no pseudocaule e raízes + rizoma e no teor de K+ apenas neste último órgão. O genótipo Tungia apresentou maior sensibilidade ao estresse salino observado em 48% das variáveis biométricas avaliadas em contraste com o genótipo Lidi que apresentou tolerância em 60% dessas variáveis. Os demais genótipos apresentaram grau de tolerância intermediário. Baseado nos valores de transpiração (E) e resistência difusiva (Rs) dos genótipos contrastantes, pode-se inferir que o genótipo Tungia apresentou uma menor transpiração e maior resistência estomática caracterizando uma maior sensibilidade ao estresse salino em relação ao genótipoLidi. Destaca-se neste trabalho a sensibilidade do genótipo Tungia, sobretudo em conseqüência do elevado teor de Na+ no limbo foliar, ainda que provavelmente tenha ocorrido compartimentalização de parte deste cátion no vacúolo, evidenciado pela magnitude do teor do mesmo no limbo foliar. De qualquer maneira, o Na+ que não foi compartimentalizado possivelmente afetou, por toxicidade, processos metabólicos, como assimilação de CO2, fotossíntese, síntese de proteína e respiração devido à inativação enzimática, refletindo-se esse efeito na forma de manchas necróticas, clorose e queima da borda do limbo foliar. O efeito do estresse salino sobre diplóides de bananeira pode ser mais bem compreendido mediante a avaliação dessas variáveis, permitindo identificar genótipos promissores com genes de interesse, que possam ser integrados aos programas de melhoramento genético. |