Namoros indecentes : relações de gênero e as histórias de sedução na cidade do Recife (1890 - 1914)
Ano de defesa: | 2016 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal Rural de Pernambuco
Departamento de História Brasil UFRPE Programa de Pós-Graduação em História |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.tede2.ufrpe.br:8080/tede2/handle/tede2/6175 |
Resumo: | O presente trabalho busca compreender as formas de sedução, namoro e relações afetivo-sexuais entre homens e mulheres das camadas pobres da cidade do Recife entre os anos de 1890 e 1914, através das versões construídas nos processos criminais de defloramento e nos periódicos humorísticos O Periquito e O Papagaio. Apesar das estratégias de normatização e disciplinamento das camadas pobres, mas especificamente dos comportamentos sexuais e amorosos, em que foram forjados identidades e necessidades para os gêneros de forma binária e desigual, percebe-se que essas relações são inventivas e capazes de criar estratégias de vivência do amor, solução de conflitos e possibilidades de experiências e representações simbólicas evocadas nos discursos produzidos. As histórias de amor (ou sedução) retiradas dos autos dos processos de defloramento não fazem o estilo dos romances baseados no amor romântico tão propalado entre a literatura dos séculos XIX e XX. Nessas histórias encontram-se elementos que ora se aproximam dos princípios do amor romântico e das regras de um namoro à antiga, ora se distanciam, permitindo um olhar sobre uma realidade não compatível com os modelos burgueses. As relações amorosas nas camadas pobres e trabalhadoras foram mais flexíveis em relação às regras do código normativo burguês. Assim, pensamos que, apesar de uma forte política normativa, vários segmentos sociais empreenderam estratégias de resistências aos padrões impostos, constituindo formas singulares de viver, amar e constituir seus núcleos familiares. |