Trombones, tambores, repiques e ganzás: a festa das agremiações carnavalescas nas ruas do Recife (1930-1945)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: SANTOS, Mário Ribeiro dos lattes
Orientador(a): SILVA, Fabiana de Fátima Bruce da
Banca de defesa: ALMEIDA, Maria das Graças Ataíde de, ARAÚJO, Rita de Cássia Barbosa de
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em História
Departamento: Departamento de História
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://www.tede2.ufrpe.br:8080/tede2/handle/tede2/4815
Resumo: Esta dissertação tem como objetivo o debate em torno do Carnaval vivenciado nas ruas do centro do Recife, em especial as agremiações carnavalescas, partindo do pressuposto que esses grupos incluem o Carnaval em suas práticas cotidianas, o que nos permite pensar numa configuração dos espaços da cidade pelos foliões. Discute ainda a atuação do Estado e demais autoridades na organização da festa, sobretudo no período de 1930 -1945, quando a documentação é observada. Uma época marcada por medidas normativas de prevenção da moral e dos bons costumes, e, em contraponto, pela imposição do ideário da modernidade. O estudo, portanto, percorre caminhos que nos levam a analisar um momento específico no contexto político, social e ideológico do país, caracterizado pelo discurso autoritário do Estado e pela mudança na perspectiva do olhar das elites, que passa a perceber a organização e a força política da classe pobre trabalhadora. Nesse sentido, identificamos uma valorização da cultura mestiça e de suas práticas lúdicas pelas autoridades. Essa mudança de pensamento, de atitude e de aproximação em relação aos populares, vincula-se aodiscurso estado-novista de que “toda política nasce do povo.” O trabalho está divido em três capítulos: o primeiro dedica-se a percorrer os diferentes trajetos do circuito da folia no Recife, especialmente, os bairros centrais, analisando o cotidiano da cidade e seus conflitos, os bastidores de preparação da festa e as posturas de ordem que circulam entre os foliões; o carnaval organizado pelos moradores nas ruas, nos clubes, o corso, entre outras experiências. No segundo capítulo, destacamos dois pontos: em primeiro lugar, uma caracterização do carnaval do Recife que o torna original, criado na sua paisagem urbana, isto é, o FREVO, síntese das várias tradições étnicoculturais. A segunda questão diz respeito à discussão de como aparece a presença da cultura afro-brasileira, sobretudo, a religiosidade, nas agremiações ligadas ao frevo (clubes, troças e blocos). Por fim, no terceiro capítulo, questionamos como o frevo, considerado até o início do século XX, como sinônimo de atraso, por uma elite obcecada por valores europeus, transforma-se em elemento genuinamente pernambucano, exemplificando o orgulho de uma identidade mestiça propagada pelo Estado em praticamente todos os acontecimentossociais, sobretudo, no Carnaval.