Fé, saber e poder : os intelectuais entre a restauração católica e a política no Recife (1930 - 1937)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: MOURA, Carlos André Silva de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural de Pernambuco
Departamento de História
Brasil
UFRPE
Programa de Pós-Graduação em História
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.tede2.ufrpe.br:8080/tede2/handle/tede2/6178
Resumo: Os anos entre 1930 e 1937 foram marcados por movimentações político-religiosas em diversas regiões do Brasil. Com a perda de parte do poder político da Igreja Católica após a Constituição de 1891, o clero iniciou o movimento que buscava a retomada de seu prestígio entre as instituições brasileiras. Em 1916, ao assumir a Arquidiocese de Olinda, Dom Sebastião Leme deu início às movimentações religiosas que ficaram conhecidas como a Restauração Católica, convocando intelectuais e religiosos a se engajarem na reordenação política do Brasil. Sua Carta Pastoral foi a base para a reação da Igreja de Pedro, que tinha como principal objetivo a retomada do seu poder político e a formação da neocristandade para o fortalecimento dos objetivos dos líderes eclesiásticos. A partir da análise dos discursos dos homens das letras e religiosos, percebemos que o projeto era reflexo das ações oriundas de Roma, que combatia as propostas que distanciavam a Igreja da política em vários países. No início de 1930, o clero abandonou sua posição defensiva, atuando de forma mais incisiva. No Recife, parte dos discursos recristianizadores foi formada entre os membros conservadores da Faculdade de Direito, que se utilizavam das relações entre saber e poder para legitimar suas práticas junto à população. Divulgando suas ideias1 através da imprensa, os letrados contribuíram com a sacralização da política na capital pernambucana. Além dos periódicos, alguns espaços de sociabilidade como o Café Lafayette, a Rua do Imperador, a Rua Nova e algumas livrarias, foram importantes para a difusão dos conceitos que permeavam a recatolização entre indivíduos que frequentavam tais espaços.