Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
ALVES, Gabriella Chalegre |
Orientador(a): |
MIRANDA, Carlos Alberto Cunha |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pos Graduacao em Historia
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/39154
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Resumo: |
Entre os fins do século XIX e início do século XX, a Igreja católica passava por um momento de transformações significativas no Brasil. O fim do padroado e os problemas decorrentes da secularização das instituições civis, com a Proclamação da República (1889), davam a tônica da dinâmica em que tal instituição se inseriu. Se ao longo de mais de três séculos, a Igreja adquiriu o caráter de religião oficial do Estado, assumindo todas as implicações que tal status lhe proporcionava, nos últimos anos do governo monárquico, tal posição passou a pesar e representar um verdadeiro problema para a elite clerical. As duas primeiras décadas do século XX marcam o início de um processo decisivo, no que se refere a sua reestruturação, tanto em termos institucionais, quanto no âmbito das práticas religiosas. A historiografia corrente atribuiu para este movimento de expansão institucional, reorganização das ações dos leigos, reforma do clero e busca por formar uma verdadeira militância católica, a denominação de “romanização”, sugerindo que a Igreja brasileira buscava apenas voltar-se para Roma, cumprindo todos os seus desígnios. O conceito de “romanização”, forjado inicialmente com um sentido fortemente pejorativo, passou a se mostrar insuficiente e problemático para a compreensão das dinâmicas em que cada paróquia e cada diocese estavam inseridas. Mesmo que o clero brasileiro recebesse orientações vindas de Roma, elas não funcionavam e não eram tomadas como normas rígidas. Diante disso, a presente dissertação busca analisar como se deu o processo de restauração católica no sertão e agreste de Pernambuco, com destaque para as cidades de Floresta e Pesqueira, entre os anos de 1889 e 1922, compreendendo a restauração como um processo multiforme, criador de práticas cotidianas específicas e não como uma mera transplantação de um movimento vindo da Europa. No decorrer do texto pretendemos mostrar como bispos e vigários adaptavam as orientações que recebiam da Sé, conforme seus interesses e com base nas particularidades locais, seja no momento de elaboração das cartas pastorais, de combate as práticas consideradas desviantes do modelo de catolicismo almejado, ou mesmo no que se refere a criação das novas jurisdições eclesiásticas. Para isso, utilizamos ao longo do trabalho os conceitos e abordagens da História Cultural das Religiões. As fontes utilizadas para a realização da pesquisa vão desde impressos, como jornais que circulavam por Pernambuco, jornais católicos locais, até as correspondências entre párocos e bispos, além de documentos provenientes da burocracia governamental e das delegacias de polícia. |