O cosplay sob a ótica da cultura material: como essa prática contribui para a construção identitária do fã no fandom?
Ano de defesa: | 2021 |
---|---|
Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal Rural de Pernambuco
Departamento de Ciências Domésticas Brasil UFRPE Programa de Pós-Graduação em Consumo, Cotidiano e Desenvolvimento Social |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.tede2.ufrpe.br:8080/tede2/handle/tede2/8961 |
Resumo: | Com a interconexão promovida pelas recentes tecnologias somada ao fenômeno da globalização e de uma forma social regida pelo consumo uma série de novas condições se interpuseram aos espaços sociais de convivência, transformando algumas das mais íntimas formas de existência cotidianas. A condição produziu efeitos que desconstruíram as tradicionais concepções de produção identitária. Sendo a posição social assumida pelo sujeito inerente a um sistema cultural, a denominada identidade cultural é estruturada no compartilhamento de códigos e sinais mútuos em determinado contexto social. A partir desse entendimento, a teoria da materialidade de Daniel Miller analisa como a agência proveniente da relação sujeito-objeto produz efeitos no espaço social, inclusive para a construção de identidades. Atualmente os produtos culturais da indústria do entretenimento são vistos como excelentes matérias primas para construção de identidades de um tipo de consumidor singular: o fã. Esse sujeito se vincula a comunidades globais por interesse e afinidade, mantém um alto envolvimento com seus produtos e com os demais aficionados, produzindo significados, consolidando novas formas de sociabilidade e legitimando esse modo particular de existência. No espaço social do fandom, esses estabelecem regras de convivência e de conduta, além das identidades culturais por meio de uma série de práticas, entre elas o fazer cosplay. Tendo em vista que sujeitos e objetos são, ao mesmo tempo, coproduzidos numa relação, nos questionamos: de que forma a prática do cosplay contribui para a construção identitária do fã no interior do fandom? Para tanto, assumindo a posição de acafã e uma abordagem etnográfica, buscamos entender a questão por meio da cultura material. Nossos resultados apontaram para a agencia de uma có-criação que parte da escolha da personagem a ser encenada e que se dá por identificação, por estratégias políticas, por atributos estéticos e por solidariedade; essas cumprem funções sociais de reconhecimento social, resgate e [re]construção da memória autobiográfica, promoção da autoconfiança, fortalecimento dos vínculos afetivos, estabelecendo o eu pelo olhar do outro. A identidade cultural é assim construída, produzindo conhecimentos que são levados para os demais campos sociais dos quais esse sujeito participa. |