Cosplay como performance: fazeres, encontros e atravessamentos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Nagami, Isis Caroline
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11449/252481
Resumo: Nas duas últimas décadas, o cosplay se tornou popular em diversos países e contextos urbanos. Apesar de globalmente presente, sua prática é localmente incorporada e significada. As histórias sobre o cosplay e suas performances atravessam fronteiras e se conectam a outras performances e histórias. Apesar dessa dinâmica de deslocamentos, suas práticas e inteligibilidade são sempre in situ, dependem das estruturas do ambiente imediato e seus questionamentos. Ao longo da trajetória de pesquisa sobre cosplay, o processo de fazer e a relação entre performance e audiência tornaram-se cada vez mais relevantes, assim como os encontros, os atravessantes (aqueles que atravessam) e seus atravessamentos. Isso trouxe questões que consideram as vivências da pesquisadora, dos colaboradores, os contextos históricos e seus arquivos, assim como as mudanças e permanências nos modos de representações de mundos que estão constantemente sendo negociadas, confrontadas, reafirmadas e, às vezes, subvertidas. Entre as pessoas que colaboraram compartilhando suas experiências com a prática de cosplay, alguns possuem dezenas de cosplay de personagens feitos, outros poucos. Alguns fazem atualmente, outros fizeram a muitos anos atrás. Todos tinham uma relação afetiva com a história de seus cosplays, por afeto à história do personagem, pelas relações estabelecidas com outras pessoas através do envolver-se com, mas também pela experiência de saber-fazer, da percepção do processo gradual de aprender com a prática, com o fazer, algo que não se restringe apenas a manufatura do traje e acessórios. Todos levantaram questões e experiências diferentes sobre a prática e em seus diversos contextos de apresentação, como em concursos livres e desfiles, em sessões fotográficas, eventos e encontros. Muitos observaram que o cosplay trouxe contribuições para suas vidas pessoais, fornecendo espaços em que eles podiam encontrar pessoas, fazer amigos e ampliar seu círculo pessoal. Muitos desenvolveram e aprenderam novas habilidades através do fazer e refazer cosplay, seja em relação ao lidar com os materiais nos processos de manufatura (utilização de materiais, técnicas), sobre como limpar e guardar os cosplays, mas também nas relações interpessoais, nas estratégias e relações com o ambiente, infraestrutura dos espaços, iluminação e fotografia. Entre referências de personagens, cosplays e cosplayers, surgiram memórias e histórias particulares, mas que se ligam à vida e ao que é compartilhado socialmente.