Capacidade funcional, exercício físico e variáveis associadas em idosos : estudo longitudinal

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2025
Autor(a) principal: Sant Helena, Débora Pastoriza
Orientador(a): Gonçalves, Andréa Krüger
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/291144
Resumo: O envelhecimento é um processo natural, complexo e dinâmico que ocorre alterações biopsicossociais e está associado à diminuição da capacidade funcional, aptidão física, níveis de atividade física, incapacidades, dependências e comorbidades, elevando a dependência física e diminuindo a qualidade de vida. A incapacidade funcional se caracteriza como a dificuldade ou à necessidade de ajuda para realizar tarefas cotidianas, sejam básicas ou mais complexas. Fatores como idade cronológica, doenças, condições de saúde, estilos de vida, além de outros aspectos multidimensionais influenciam a manutenção da capacidade funcional. O exercício físico tem impacto positivo e favorece a independência dos idosos nas atividades diárias, além de melhorar aspectos mentais e físicos. No entanto, estudos longitudinais com o público idoso relacionados a essa prática e a associação com aspectos sociodemográficos, aptidão funcional e sintomas depressivos são escassos. Esta tese tem como objetivo investigar a influência do exercício físico nas atividades de vida diária de idosos participantes de um programa de exercício físico regular ao longo de dois anos. Os objetivos específicos foram: Verificar os efeitos do programa físico on-line nas atividades de vida diária de idosos na pandemia de Covid-19; Avaliar e associar a independência nas atividades de vida diária, aptidão funcional e sintomas depressivos de idosos praticantes de exercício físico nos anos de 2022 e 2023. A amostra foi composta por idosos com idade ≥ 60 anos, de ambos os sexos, participantes de dois programas de extensão: Centro de Estudos de Lazer e Atividade Física do Idoso (CELARI) e Centro da Referência do Envelhecimento e Movimento (CREM), ambos da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Os instrumentos utilizados foram questionário sociodemográfico, escalas de testes físicos de aptidão funcional e escala de sintomas depressivos. Os dados foram analisados com estatística descritiva, equações de estimativas generalizadas (GEE) e regressão logística. As análises foram realizadas nos programas estatísticos SPSS (20.0) e JASP (0.17.3) e o nível de significância adotado foi de 95% (p≤0,05). O estudo cumpriu as exigências éticas de pesquisa com seres humanos, indicado na Declaração Internacional de Helsinki e pelo Conselho Nacional de Saúde. Foram elaborados dois artigos a partir dos objetivos. O Artigo 1 verificou o efeito do programa de treinamento físico on-line nas atividades de vida diária de idosos na pandemia de Covid-19. Com delineamento quase-experimental, o estudo incluiu 123 idosos, divididos em idosos 9 praticantes de exercício físicos on-line, grupo ativo (n=69) e idosos que não mantiveram a frequência no exercício físico on-line, grupo controle (n=54), os quais foram avaliados (de modo remoto) em março do ano de 2021 e em dezembro de 2021, durante o período pandêmico. Os resultados indicaram uma interação significativa entre grupo e tempo (p=0,000) nas AIVD’s. O GA apresentou melhora na independência, enquanto o GC apresentou piora. Apesar do momento pandêmico, foi possível confirmar o efeito positivo do programa de treinamento físico on-line na AVD’s com idosos. O Artigo 2 teve como objetivo avaliar e associar a independência nas atividades de vida diária, a aptidão funcional e os sintomas depressivos em idosos praticantes de exercício físico ao longo de dois anos. Caracterizado como um estudo longitudinal, foi realizado com 210 idosos, divididos por grupos etários: 126 idosos no grupo G1 e 84 no grupo G2. Os resultados mostraram que, das 14 variáveis avaliadas (AIVD’s, função física e cognitiva), 11 apresentaram melhora ao longo do tempo, além de interação significativa (grupo x tempo) para as variáveis FLEXMS e VAS. Essas duas variáveis são as que mais influenciaram a independência, com associações significativas com as AIVD’s (variável dependente). O fator tempo (2022 para 2023) teve associação significativa, indicando que, com o aumento progressivo do tempo, os idosos tendem a se tornar mais independentes. Conclui-se, portanto, que o exercício físico influenciou positivamente nas AVD’s de idosos participantes de um programa regular de exercício físico, promovendo maior independência e qualidade de vida em seus cotidianos, propiciando um envelhecimento mais saudável. A tese, a partir dos seus dois estudos, apresentou que idosos que realizam exercício físico, mesmo no período pandêmico de COVID-19 ou pós pandêmico, possuem melhor independência nas atividades de vida diária, assim como melhor aptidão funcional, mesmo com a passagem do tempo em idade mais avançada.