Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2013 |
Autor(a) principal: |
Gerhardt, Carin |
Orientador(a): |
Wiest, Jose Maria |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/196620
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Resumo: |
Atualmente, há uma demanda crescente por agentes antimicrobianos de origem natural, principalmente nos setores de alimentos e cosméticos, acompanhando o aumento da busca por produtos mais naturais e menos prejudiciais à saúde e ao meio ambiente. Alinhada a essa tendência, a produção e processamento de alimentos provenientes de sistemas agroecológicos carece de insumos para os processos de desinfecção, utilizando muitas vezes desinfetantes convencionais, como os clorados. Inúmeros estudos prospectivos, entretanto, indicam a existência de ação antimicrobiana em diversas fontes vegetais, como as frutas cítricas, largamente cultivadas no Brasil. Sua cadeia gera toneladas de resíduos com potencial de ação antimicrobiana, como cascas e frutos verdes. Há evidências de que vegetais cultivados ecologicamente possuem maior quantidade de substâncias antimicrobianas, porém há poucos estudos nesse sentido. Em razão disso, o objetivo do estudo foi determinar a atividade antibacteriana de extratos etanólicos e óleos essenciais de cascas e frutos de citros verdes e maduros cultivados segundo princípios agroecológicos e identificar os compostos químicos responsáveis por essa atividade. Para tanto, foram obtidos frutos verdes e cascas de laranjas ‘Valência’, de tangerinas ‘Ponkan’ e ‘Montenegrina’, de limão ‘Cravo’ (ou limão ‘Bergamota’) e de pomelo, cultivados em sistemas agroecológicos, e foram preparados extratos etanólicos brutos a partir do material fresco e triturado. Óleos essenciais de citros foram fornecidos pela cooperativa de citricultores orgânicos do Vale do Caí/RS (Ecocitrus). A atividade antibacteriana in vitro foi avaliada pelo método de macrodiluição quanto à Concentração Inibitória Mínima (CIM) e à Concentração Bactericida Mínima (CBM) frente a cinco diferentes linhagens bacterianas e por testes de suspensão. Para a investigação dos componentes dos extratos relacionados a esta ação, foi determinada a acidez total e a concentração de ácido ascórbico por titulações com NaOH 0,1 M e 2,6-diclorofenol indofenol, respectivamente. A determinação da composição química dos óleos foi conduzida em cromatógrafo gasoso acoplado a espectrômetro de massas. Todos os extratos etanólicos exibiram ação antibacteriana, com destaque para os extratos de frutos inteiros verdes, principalmente de limão ‘Cravo’ e de tangerinas. A acidez total teve relação direta com a intensidade da atividade antimicrobiana, indicando que entre os componentes analisados, os mais ativos foram ácidos orgânicos. Detectou-se atividade sinergética entre componentes do limão ‘Cravo’, já que o extrato do fruto inteiro foi mais ativo do que os de suas partes. Testes de suspensão in vitro com extrato de tangerina ‘Montenegrina’ verde demonstraram forte ação bactericida (redução de 7 a 8 log UFC/ml) em tempos usuais de contato (30 min.). Os óleos essenciais agiram especificamente sobre Enterococcus faecalis, com valores de CBM próximos a 0,5% (v/v). O óleo de limão também foi efetivo contra S. aureus (CBM de 0,75% v/v), porém a ação bactericida dos óleos foi geralmente baixa ou inexistente (≥8% v/v), resultando em pouca aplicabilidade em alimentos e cosméticos. Os resultados encontrados indicam grande potencial de utilização de extratos de frutos verdes, descartados no período de raleio de árvores cítricas, como agentes antibacterianos nos processos de desinfecção e na conservação. |