Vazio interior e arquitetura : o protagonismo do não-construído como estratégia de projeto nos grandes átrios de Porto Alegre

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Loder, Luiza Ludwig
Orientador(a): Abreu Filho, Silvio Belmonte de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/224292
Resumo: A proposta deste trabalho consiste na reflexão acerca da análise tipo-morfológica de arquiteturas caracterizadas por conter um espaço vazio interior de grandes proporções, como átrios ou pátios, e de que maneira podemos melhor compreendê-los. Sabe-se que atinente ao tema da morfologia e da análise espacial há o entendimento de muitos autores consagrados da história e crítica da arquitetura de que o objeto arquitetônico é pensado, projetado e analisado a partir ponto de vista do volume cheio, da composição por adição com subtração como resíduo, restando um vazio interior desta operação, tal visão compõe-se um status quo da questão. Essa compreensão da composição nos faz questionar em até que ponto esta análise da forma não poderia ser produzida a partir do conceito de vazio-protagonista. O conceito proposto embasa-se em arquiteturas compostas por um grande espaço interior que prevalece nas relações de hierarquia entre os demais espaços construídos sendo o espaço articulador de toda a composição. Deste modo, esta tese propõe-se a compilar, relacionar e analisar criticamente os vazios arquitetônicos de grande volume, dimensão e escala relativa ao todo do edifício. Os nove estudos de caso propostos abordam as tipologias arquitetônicas de átrio e pátio selecionadas no âmbito de Porto Alegre entre os séculos XX e XXI. Nesse contexto, a arquitetura do ecletismo é representada pelo trio: Correios e Telégrafos (1913 – Memorial do Rio Grande do Sul), Delegacia Fiscal - atual MARGS (1916), Banco Nacional do Comércio (1931 – Santander Cultural). Já o trio de arquiteturas modernas portoalegrenses em análise são: Magazine Mesbla (1950– IFRS-Campus Porto Alegre, Banco da Província - Agência Centenária (1958 – Banco Santander) e Palácio da Justiça de Porto Alegre (1968). E finalmente, há a análise da arquitetura modernista contemporânea através das obras: Faculdades de Arquitetura Ritter dos Reis - Prédio Arquitetura (1986), Faculdades FAPA - Prédio 04 (2007) e Museu Fundação Iberê Camargo (2008). Tais obras representam de certa forma o momento econômico, social e cultural da capital gaúcha, além de serem importantes referêcias das características de tecnologia construtiva, gabarito e uso no âmbito da história da arquitetura gaúcha. A metodologia de análise adotada buscou compatibilizar disciplina (teoria) e realidade (praxis) através de um detalhado estudo bibliográfico comparativo e a prática do redesenho dos edifícios de estudo de caso, produzindo dessas comparações a síntese de resultados. De modo geral, o vazio interior de grandes proporções coloca-se como protagonista das arquiteturas produzidas desde o início do século XX em Porto Alegre e ainda se faz presente contemporaneamente na iconografia da arquitetura da cidade de uma sociedade ávida pelo espetáculo que os vazios proporcionam e ao mesmo tempo pela limpeza visual que impacta e organiza espaços. Há também uma contínua presença de vazios interiores dessa natureza na história da capital gaúcha, que associado à forma e à escala torna a escolha desse tema atual, instigante e inédito na bibliografia no âmbito dos nove estudo de caso de Porto Alegre.