O envolvimento de polimorfismos no gene TGFB1 na suscetibilidade à retinopatia diabética

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Costa, Aline Rodrigues
Orientador(a): Crispim, Daisy
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/231915
Resumo: A retinopatia diabética (RD), uma complicação crônica microvascular do diabetes mellitus (DM), está associada com maior morbi-mortalidade e a uma piora da qualidade de vida dos pacientes. A hiperglicemia crônica associada a outros fatores de risco pode promover danos e falhas em diversos órgãos e tecidos, levando ao aparecimento das complicações do DM. No entanto, existem pacientes que desenvolvem estas complicações apesar de um excelente controle glicêmico e outros que não desenvolvem as complicações mesmo com uma longa duração de DM e hiperglicemia crônica. Desse modo, fatores genéticos podem explicar parte da heterogeneidade restante no desenvolvimento da RD. Nesse contexto, polimorfismos de nucleotídeo único (single-nucleotide polymorphisms – SNPs) em genes que codificam proteínas relacionadas à inflamação e angiogênese, incluindo o Fator Transformador de Crescimento Beta 1 (TGFB1), podem ter um papel no desenvolvimento dessa complicação. Embora SNPs no gene TGFB1 já tenham sido associados com DR, os resultados dos estudos são ainda inconclusivos. Sendo assim, o objetivo do presente estudo foi investigar a associação entre os SNPs rs1800469 e rs1800470 no gene TGFB1 e a RD. Para isso, os SNPs rs1800469 e rs1800470 no gene TGFB1 foram genotipados em 635 pacientes com RD (casos) e 458 pacientes com ≥10 anos de diagnóstico de DM e sem RD (controles), utilizando a técnica de discriminação alélica por PCR em tempo real. Em relação ao SNP rs1800469 (c.-1347 C>T), a frequência do genótipo C/C foi maior nos controles do que nos casos (19,0% vs. 13,1%, p= 0,021). A associação deste SNP com proteção para RD também foi observada nos modelos de herança recessivo (p= 0,010) e aditivo (p= 0,042). Da mesma forma, o genótipo T/T do polimorfismo rs1800470 10 (c.+29 T>C) também foi associado à proteção para RD (25.3% vs. 19.2%, p= 0,032). Esta associação foi mantida somente para o modelo de herança recessivo (p= 0,021). Ambos os polimorfismos se mantiveram associados com proteção para a RD após o ajuste para idade, tipo de DM, HbA1c, hipertensão, taxa de filtração glomerular e duração do DM [Razão de Chances (RC)= 0,66; Intervalo de Confiança (IC) 95% 0,45-0,96; p= 0,030; e RC= 0,69; IC 95% 0,49-0,97; p= 0.033; respectivamente]. Também analisou-se as frequências dos haplótipos constituídos pelos SNPs rs1800469 e rs1800470: sujeitos com 0, 1 ou 2 alelos menores nos haplótipos vs. sujeitos com 3 ou 4 alelos menores. A frequência de 3 ou 4 alelos menores dos dois SNPs analisados foi menor nos casos com RD em comparação aos controles (17,6% vs. 23,4; p = 0,025). Após o ajuste para as mesmas variáveis descritas acima, a presença de ≥3 alelos menores nos haplótipos permaneceu independentemente associada com RD (RC= 0,7; IC 95% 0,49 - 0,99; p= 0,042). Em conclusão, os SNPs rs1800469 e rs1800470 no gene TGFB1 estão associados à proteção para RD em pacientes com DM tipo 1 ou 2 de uma população do sul do Brasil.