Teste positivo a álcool no leite e sua relação com estados cetósicos em vacas leiteiras

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Nied, Cristian Olivio
Orientador(a): Diaz Gonzalez, Félix Hilário
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/238596
Resumo: A produção de leite é uma importante atividade do agronegócio brasileiro, e principalmente para o estado do Rio Grande do Sul, onde a atividade está presente em 98,8% dos municípios gaúchos. Visando garantir a qualidade do leite recebido pelos laticínios, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento publicou no dia 12 de dezembro de 2006, a Instrução Normativa 68 que estabelece métodos analíticos físico-químicos. Dentre os métodos estabelecidos está o teste da solução sulfocrômica, que visa detectar a presença de álcool etílico no leite, evitando assim de a população consumir leite adulterado. Amostras de leite coletadas diretamente de vacas leiteiras e sem adição de álcool etílico têm apresentado positividade ao teste, o qual é inutilizado para o consumo e é descartado. O objetivo do presente estudo foi identificar metabólitos presentes nas amostras positivas para o teste do álcool etílico de vacas leiteiras em propriedades no estado do Rio Grande do Sul, relacionar a positividade do teste com a presença de corpos cetônicos no leite e no sangue e verificar a relação entre a positividade ao teste em amostras de leite de animais com balanço energético negativo. Foram estudados 2 rebanhos leiteiros, identificados com amostras positivas ao álcool. Em um rebanho de 29 vacas em produção, foram coletadas amostras de animais que estavam produzindo leite positivo à presença de álcool (N= 29). Após 6 dias de observação, quando as vacas apresentaram resultado negativo ao teste de álcool, foram novamente coletadas amostras nas mesmas condições da 1ª coleta. No segundo rebanho foi realizado um experimento induzindo balanço energético negativo (60% de restrição energética). Foram usadas 18 vacas, nove com restrição energética e nove com consumo energético adequado (controle). Os dias em lactação média do grupo com restrição foi de 114 dias enquanto que do grupo controle foi de 108 dias. Foram coletadas amostras de leite, soro sanguíneo e alimentação fornecida aos animais nos dias das coletas de leite de ambos rebanhos. Nas amostras de leite com resultado positivo ao álcool no primeiro rebanho foi encontrada acetona em concentração mediana de 0,009% que foi superior (p< 0,05) à concentração mediana de acetona nas amostras de leite negativas (0,0008%). As concentrações de acetona e β-hidroxibutirato (BHB) no soro sanguíneo também foram maiores nos animais que produziram leite positivo ao álcool (mediana de 0,003% e 2,40 mmol/L, respectivamente) comparado aos animais que produziram leite negativo (mediana de acetona de 0,001% e de BHB de 1,0 mmol/L). No experimento com restrição energética o grupo com restrição, houve positividade ao teste do álcool etílico, tendo concentração mediana de acetona no leite de 0,004%, enquanto que os animais sem restrição energética tiveram concentração mediana de 0,001%. A concentração média de acetona e de BHB no soro sanguíneo nos animais com restrição também foi maior à das vacas sem restrição. Nos alimentos consumidos nos dois rebanhos estudados, foram encontradas substâncias voláteis naqueles alimentos que sofreram processo de fermentação antes de serem fornecidos aos animais. Em conclusão, amostras de leite positivas a álcool com o teste de solução sulfocrômica podem apresentar resultados falsos-positivos produzidos pela presença de corpos cetônicos.