Efeitos do estímulo agudo da foliculogênese com eCG e DHEA sobre morfologia ovariana e hormônios sexuais em ratas pré-púberes e revisão sistemática sobre modelos animais em PCOS

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Oliveira, Larissa Paixão Lucas de
Orientador(a): Spritzer, Poli Mara
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/193653
Resumo: Introdução/objetivos: A síndrome dos ovários policísticos (PCOS) é uma disfunção endócrina comum, afetando entre 9 a 18% das mulheres em idade reprodutiva. A etiologia de PCOS ainda não está bem definida, e por isso, as informações advindas de modelos experimentais podem ser úteis para elucidar os mecanismos do desenvolvimento inicial de PCOS. Ainda, considerando o fato dos androgênios poderem agir diretamente na foliculogênese em estágios pré-antrais e saber que o excesso de androgênio pode prejudicar este processo fisiológico, esta tese teve dois objetivos: 1) avaliar os níveis de hormônios sexuais e a morfologia ovariana em um modelo animal de ratas pré-púberes submetidas ao tratamento agudo de gonadotrofina coriônica equina (eCG) e desidroepiandrosterona (DHEA); 2) sumarizar em uma revisão sistemática os estudos que utilizaram roedores e primatas não humanos como modelo animal de PCOS, selecionando aqueles que apresentaram os dois desfechos reprodutivos: hiperandrogenismo e alterações na morfologia ovariana. Métodos: estudo 1: ratas Wistar pré-púberes foram distribuídas em 3 grupos experimentais: controle, eCG (dose única de injeção com 25UI de gonadotrofina coriônica equina) e eCG+DHEA (25UI de eCG + dose única de DHEA, 60 mg/kg). Foram realizadas dosagens hormonais de DHEA, testosterona e estradiol assim como morfologia e morfometria ovariana foram analisadas. Estudo 2: busca na base MEDLINE de estudos em inglês e espanhol publicados até outubro de 2016. Foram identificados 933 estudos, e 39 foram incluídos na revisão sistemática e estratificados em 3 classes de intervenção: indução por androgênios, por estrogênios e outras intervenções diferentes das hormonais. Resultados: estudo 1: o grupo eCG+DHEA apresentou níveis aumentados de estradiol e testosterona comparados ao controle (p<0,01) e altas concentrações de DHEA comparados ao grupo eCG e controle. O número e o diâmetro de folículos primários e secundários foi maior no grupo CG+DHEA em relação ao controle (p<0,05). O grupo eCG apresentou valores intermediários no tamanho e número de folículos primários e secundários. A quantidade de folículos antrais foi maior nos grupos eCG+DHEA e eCG comparados ao controle (p<0,05). O número de folículos primordiais, atrésicos e císticos, foi similar entre os grupos. Estudo 2: Dos 39 estudos selecionados, 1 estudo comparou a intervenção de androgênio com estrogênio, 18 utilizaram estimulação com androgênios, 9 utilizaram estrogênios ou drogas com ação estrogênica, incluindo disruptores endócrinos, e 12 utilizaram outras intervenções diferentes de hormônios sexuais. A maioria dos modelos apresentaram alterações na morfologia ovariana, principalmente o número de cistos e folículos antrais com diminuição na proporção dos corpos lúteos. Hiperandrogenismo foi promovido por indução de androgênios. Nos estudos com estrogênios não foi observada alteração nos níveis de androgênios. Conclusão: No estudo 1, a indução aguda por eCG + DHEA foi útil para investigar os eventos envolvidos no desenvolvimento folicular inicial sob condições de hiperandrogenismo, sendo uma ferramenta válida para o estudo de alterações no desenvolvimento folicular que podem ocasionar consequências prejudiciais com o passar dos anos, sendo um modelo em potencial de PCOS. No estudo 2, a intervenção com tratamento com androgênios, tanto no período pré- ou pós-natal, foi capaz de reproduzir características reprodutivas mais similares a encontradas em mulheres PCOS em primatas não humanos e roedores, respectivamente. Comparações entre as diferentes intervenções utilizadas nos modelos animais podem ser úteis para definir o momento específico em que os fenótipos reprodutivos semelhantes a PCOS surgem nos animais.